Garotinho com novo advogado
Suzy Monteiro 04/07/2017 08:44 - Atualizado em 06/07/2017 12:41
Garotinho e o advogado Fernando Fernandes
Garotinho e o advogado Fernando Fernandes/Antônio Leudo
Depois de demitir por duas vezes o advogado Fernando Fernandes, uma no interrogatório ocorrido terça-feira passada, no Fórum de Campos, e outra sábado, por meio de um comunicado, o ex-governador Anthony Garotinho já conta com novo advogado no “escandaloso esquema” da troca de votos por Cheque Cidadão: é o criminalista Rafael Faria. A informação foi confirmada pela assessoria de Garotinho, que disse, ainda, que a substituição aconteceu por “decisão de foro íntimo”. Já Fernandes preferiu não comentar. Enquanto isso, continuam as movimentações nas ações da Chequinho. Nessa segunda-feira (3), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) encaminhou a Brasília recurso do vereador afastado Jorge Magal (PSD). E o de Vinícius Madureira (PRP), também fora das funções públicas, foi negado pela presidência do TRE. Além disso, o Ministério Público manifestou-se por manter medida cautelar que impede que o ex-governador esteja em Campos sem autorização judicial.
No último domingo, uma mensagem do advogado Fernando a colegas que atuam no caso Chequinho vazou para a imprensa. Nele, o advogado contava que recebeu, no dia anterior, comunicação de revogação dos poderes conferidos por Garotinho. Assim, deixaria, também, as demais ações conexas. No comunicado, Fernandes elenca as vitórias obtidas até o momento, como revogação das medidas que impediam Garotinho de falar sobre o processo e afastamento dos vereadores.
A divergência de opiniões entre cliente e advogado era notada publicamente nas duas vezes em que Garotinho esteve em Campos para audiência da ação penal na qual é réu. Terça-feira passada, quando Garotinho foi interrogado, ele chegou a destituir o advogado na frente de todos porque queria continuar falando e a orientação era que ele parasse.
Fernandes pegou suas coisas e saiu. Os demais integrantes da defesa pediram interrupção e foram para o corredor, onde alcançaram Fernandes. Depois de uma conversa, junto com o réu, voltaram para a sala, onde o advogado encerrou o interrogatório, ainda sob protestos do cliente.
Novo — O escritório RS Faria Advogados, de Rafael Faria, tem experiência com crimes contra o sistema financeiro nacional. Ano passado, o criminalista defendeu o irmão do comediante Leandro Hassum, preso por estelionato, aplicando golpes, segundo a polícia, em camarotes da Sapucaí.
Magal ao TSE e Madureira negado
O recurso do vereador afastado Jorge Magal foi encaminhado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ao Tribunal Superior, em Brasília.
Magal foi condenado em primeira instância na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) do caso Chequinho. Recorreu ao TRE, onde a condenação foi confirmada. Em função disso, foi afastado da Câmara no final de maio. Depois, encaminhou recurso à presidência do órgão, que negou e enviou agora ao TSE.
Na mesma situação está Vinícius Madureira, também condenado em primeira e segunda instâncias na esfera cível- eleitoral da Chequinho e, por conta disso, afastado de suas funções públicas desde meados de junho. Madureira, agora, teve recurso negado pela presidência do TRE, que deverá encaminhar ao TSE.
No lugar de Madureira está Josiane Morumbi. Já o de Magal está vago. O advogado Thiago Godoy (PR) preferiu, por enquanto, não assumir para não precisar se afastar de suas atividades profissionais.
MP se manifesta contra liberar réu para voltar ao município
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Promotoria de Justiça junto à 100ª Zona Eleitoral, manifestou-se pela permanência de medidas cautelares que impedem Anthony Garotinho de estar em Campos.
Durante audiência terça-feira passada (27) em Campos, a defesa do ex-governador pediu a suspensão das medidas cautelares. Ao se manifestar pelo indeferimento do pedido, o MP lembrou que o processo ainda está em fase de diligências e que a presença do réu na cidade poderá constranger as testemunhas que irão depor nos processos conexos.
O MP lista uma série de atitudes do réu para “procrastinar o processo e para incitar indevidamente a opinião pública contra as testemunhas e o processo”. E lembra que o MPRJ já chegou, inclusive, a pedir novamente a prisão preventiva do acusado.

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