Câmara reage a "caos de Rosinha"
Aldir Sales 28/06/2017 09:00 - Atualizado em 29/06/2017 13:22
Sessão na Câmara de Campos
Sessão na Câmara de Campos/Rodrigo Silveira
Com a queda da liminar da Justiça Federal que permitia a Prefeitura de Campos empenhar apenas 10% dos repasses dos royalties e das Participações Especiais do petróleo para pagar os empréstimos da “venda do futuro”, a Caixa Econômica Federal poderá cobrar valores muito maiores e até 100% das participações, nos termos do contrato assinado pela ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR). A decisão da Justiça foi assunto dos vereadores durante a sessão dessa terça-feira (27) da Câmara, que alertaram para o caos que pode atingir o município caso a decisão judicial não mude. Também durante o encontro dessa terça, os parlamentares aprovaram por unanimidade o projeto de lei que impede a nomeação de pessoas com “ficha suja” na Casa e outro que define “Antonio Roberto De Góis Cavalcanti, Kapi” (1955/2015) o nome do anfiteatro localizado no Parque Alberto Sampaio.
O presidente da Câmara, Marcão Gomes (Rede), disse que vai acionar o jurídico da Casa para tentar reverter a situação na Justiça. “O Legislativo não vai ficar quieto diante disso. Vamos conversar com a nossa procuradoria em conjunto com a da Prefeitura. A Câmara aprovou na legislatura passada o comprometimento de 10% dos royalties. Se Rosinha praticou um contrato diferente, fez sem a autorização da Câmara, prejudicando o município de Campos. É uma fraude contra o povo de Campos e vamos tomar nossas medidas judiciais”, declarou.
O líder do governo no Legislativo, vereador Fred Machado (PPS), convocou os vereadores de oposição para assinarem uma representação contra os termos acordados por Rosinha no contrato da “venda do futuro”. “Todos os vereadores que faziam parte da base do último governo e que votaram a favor talvez tenham sido enganados pelo discurso do ‘rei’. Que tenham a mesma disposição para mostrarem o quanto são comprometidos com o povo e venham a assinar conosco no Ministério Público contra essa maldade. O líder falava que até dezembro a cidade estaria falida. Será que ele é vidente? Não, ele não é. Ele sabia o que tinha feito e como deixou a cidade”, finalizou.
Ficha Limpa — Também nessa terça-feira a Câmara aprovou por unanimidade o projeto de lei de autoria do vereador Jorginho Virgílio (PRP) que impede a nomeação de pessoas com “ficha suja” para cargos comissionados da Casa. Inicialmente, a proposta também englobava a Prefeitura, porém, após análise da Comissão de Constituição e Justiça, o projeto foi modificado, pois as nomeações são prerrogativas do prefeito. No entanto, Jorginho disse que vai fazer uma indicação legislativa para que Rafael Diniz (PPS) adote a mesma postura no Executivo.
Nome de Kapi é aprovado para anfiteatro
Foi aprovado por unanimidade, nessa terça-feira na Câmara, o projeto de lei de autoria do Executivo que batiza o anfiteatro do Parque Alberto Sampaio com o nome de Antonio Roberto de Góis Cavalcanti, o Kapi. Foi o diretor teatral, turismólogo e poeta quem dirigiu a peça que inaugurou o espaço em 1988: “Arena conta Zumbi”, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal.
Conforme divulgou o blog Opiniões, hospedado na Folha 1, no último dia 6, a reabertura do local acontece em 1º de julho para a Feira dos Povos, evento que será integrado por representantes de diversas etnias.
Durante a sessão, o vereador Neném (PTB) lembrou que o local estava abandonado. “Além da questão cultural, o lugar estava completamente abandonado. Era frequente a presença de usuários de drogas que levava insegurança para a área central”, disse o parlamentar.
Em outra homenagem a Kapi, o prefeito Rafael Diniz disse que devolvia o Teatro de Bolso aos artistas da cidade em cumprimento a uma promessa feita ao artista.

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