Associação com risco de fechar
Matheus Berriel 29/05/2017 20:44 - Atualizado em 31/05/2017 14:19
Prestes a completar 29 anos em Campos, a Associação Irmãos da Solidariedade passa atualmente por uma crise econômica e corre risco de fechar as portas. A informação foi dada pela fundadora e presidente da Casa de Apoio a Portadores de HIV/Aids, Fátima Castro, que tem feito campanhas para aumentar a arrecadação e tentar enfrentar os problemas.
De acordo com Fátima, a ONG recebe, atualmente, R$ 40 mil da Prefeitura de Campos, que também cede a equipe multidisciplinar, e R$ 21 mil do Ministério da Saúde, ambos mensalmente. A verba, porém, não tem sido suficiente para custear todas as necessidades. Só de farmácia há uma dívida de R$ 10 mil, mesmo valor gasto por mês com medicamentos. Ainda segundo a presidente da instituição, os gastos com pagamento de funcionários representam cerca de R$ 22 mil mensais, sem contar a alimentação necessária para manter os 42 moradores da casa. Além deles, há mais de 100 pessoas assistidas, com acesso aos serviços oferecidos na casa.
— Eu cheguei ao ponto de não ter como manter. Está faltando comida na casa, e eu jamais quero fazer da instituição um depósito de pessoas. Se não puder dar dignidade e qualidade nos atendimentos, prefiro fechar. Sei que fiz minha parte durante 29 anos. Hoje, eu não sei realmente se dá para continuar — desabafou Fátima.
Uma das lamentações dos funcionários da Associação Irmãos da Solidariedade é a queda nas doações por parte da população campista. Para tentar impulsionar novamente estas doações, são realizadas palestras sobre a aids e preconceito em troca de alimentos e materiais de limpeza.
Residente na casa há 15 anos, o paciente Alexandre Fernandes, de 38, se emocionou ao falar com a reportagem sobre a possibilidade de fechamento.
— Eu não posso falar por todos, mas tenho percebido que os pacientes estão muito abalados. A maioria está com a saúde comprometida, muitos são cadeirantes, alguns não enxergam, e quase todos não têm para onde ir. Eu mesmo sou um que não tenho referência familiar. Fiquei muito preocupado, porque, se fechar a casa, para onde vão todas essas pessoas? Fora os assistidos... Hoje, às vezes faltam algumas coisas e todo mundo fica preocupado — disse Alexandre.
Outro meio para doar é o Disk Aids, serviço no qual pessoas podem entrar em contato e demonstrar interesse em ajudar. O número é (22) 2733-9610.

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