"Alô, Alô, seu Chacrinha! Aquele Abraço!"
Jhonattan Reis 27/05/2017 14:58 - Atualizado em 29/05/2017 13:33
Chacrinha
Chacrinha/Reprodução
"Quem não se comunica, se trumbica”. “Eu vim para confundir, não para explicar”. “Na televisão, nada se cria, tudo se copia”. As frases foram eternizadas pelo homem que se tornou um dos maiores comunicadores da televisão brasileira: José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha. O “Velho Guerreiro” — como também era conhecido —, que tem 100 anos de nascimento completados este ano, será o homenageado da 26ª Feijoada da Folha da Manhã. O evento acontece a partir das 13h deste domingo (28), no Espaço Versailles — avenida Presidente Vargas, 263, Pecuária, em Campos.
A diretora do Grupo Folha, Diva Abreu Barbosa, explicou o porquê da escolha de Chacrinha como tema da 26ª edição da Feijoada.
— Além dos 100 anos que completaria este ano, Chacrinha é um dos maiores comunicadores de todos os tempos do nosso país. E nós somos um grupo de comunicação. Nada mais justo que homenageá-lo. Chacrinha foi um precursor — ressaltou Diva.
Nascido no município de Surubim, em Pernambuco, em 30 de setembro de 1917, e falecido no Rio de Janeiro, em 30 de junho de 1988, Chacrinha foi um comunicador de rádio e TV do Brasil que comandou programas de auditório de grande sucesso entre as décadas de 1950 e 1980.
Começou sua carreira de comunicador no Rio de Janeiro em 1943, quando lançou, na Rádio Clube Niterói, o programa de marchinhas de Carnaval Rei Momo na Chacrinha, que alcançou sucesso. Passou, então, a ser conhecido como Abelardo “Chacrinha” Barbosa.
Nos anos 1950, comandaria o programa Cassino do Chacrinha, no qual lançou vários sucessos da música brasileira, como “Estúpido Cupido”, de Celly Campelo, e “Coração de Luto”, do artista gaúcho Teixeirinha.
Em 1956, estreou na televisão com o programa Rancho Alegre, na TV Tupi. Lá, começou a fazer, também, a Discoteca do Chacrinha. No início dos anos 60, apresentou sua Discoteca nas TVs Excelsior e Rio. Em 67, foi contratado pela Rede Globo, onde ficou por cinco anos. Em 72, voltou à Tupi, ficando até 78, quando foi para a Bandeirantes. O retorno de Chacrinha à Globo foi em 82, para comandar o Cassino do Chacrinha, grande sucesso das tardes de sábado.
“O Velho Guerreiro” alcançou grande popularidade com os programas de calouros que ele apresentava com roupas espalhafatosas, acionando uma buzina de mão para desclassificar os candidatos, empregando um humor debochado. Seus programas contavam com um corpo de jurados, do qual faziam parte figuras como Carlos Imperial, Aracy de Almeida, Elke Maravilha e Pedro de Lara.
Outro elemento que fez sucesso nos seus programas de TV foram as “chacretes”. Era como ele chamava suas dançarinas de palco, que eram batizadas com nomes exóticos, como Rita Cadilac, Índia Potira e Fátima Boa Viagem. Com coreografias ensaiadas, as chacretes eram parte integrante do cenário do palco de Chacrinha.
O comunicador também apareceu em vários filmes brasileiros dos anos 60 e 70, geralmente interpretando ele mesmo. Anualmente, lançava, em seu programa, uma marchinha para o Carnaval.
Em 1987, foi homenageado pela escola de samba Império Serrano, com o enredo “Com a boca no mundo: quem não se comunica, se trumbica”, sendo a única vez que desfilou em uma escola de samba. Ele estava no último carro alegórico, que reproduzia o cenário de suas apresentações na TV.
Chacrinha faleceu em 30 de julho de 1988, tendo o seu último programa — Cassino do Chacrinha — sido exibido no dia 2 daquele mês. O seu legado na comunicação televisiva, em especial, foi enorme como comandante de programas de auditório, tendo revelado para o país nomes como Roberto Carlos, Perla, Paulo Sérgio e Raul Seixas.
Usando dos versos de Gilberto Gil: “Alô, alô, seu Chacrinha / Velho Guerreiro / Alô, alô, Terezinha / Rio de Janeiro / Alô, alô, seu Chacrinha / Velho palhaço / Alô, alô, Terezinha / Aquele abraço!”.

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