Em protesto contra lockdown, comerciantes fecham a BR 101
05/04/2021 16:46 - Atualizado em 05/04/2021 21:49
Protesto na BR 101
Protesto na BR 101 / Rodrigo Silveira
Um grupo de cerca de 30 comerciantes de vários bairros de Campos fechou a rodovia BR 101, em Guarus, na tarde desta segunda-feira (5), em protesto contra a manutenção do lockdown no município, definida de manhã em reunião do Gabinete de Crise da Covid-19. O ato aconteceu próximo à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), onde manifestantes queimaram pneus e galhos. No mesmo momento, entidades do segmento do comércio, em reunião na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), decidiram por uma nova manifestação, desta vez, nesta terça-feira, às 10h, em frente à Prefeitura.
Na BR 101, onde o trânsito ficou parado por mais de uma hora para depois ter uma das faixas liberadas, os comerciantes de vários bairros da cidade pediam pela abertura. Alguns chegaram a dizer que, a partir de amanhã, vão abrir. "A Prefeitura querendo ou não", disse um comerciante de um estúdio de tatuagem e de uma academia.
Já os presidentes da Câmara dos Dirigentes Lojista (CDL), Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC), Carjopa e Sindivarejo também não aceitam entrar na terceira semana de lockdown e decidiram expor a insatisfação realizando um ato nesta terça. Segundo eles, a decisão de manter o comércio fechado pode provocar o fechamento de 20 mil postos de trabalho e o encerramento definitivo de 30% do comércio da cidade. Os empresários esperavam para essa semana uma flexibilização das medidas do decreto anterior que já perdurava por duas semanas, mas que acabou sendo renovado.
As entidades garantem que vai se tratar de uma manifestação ordeira, a exemplo de centenas de outras que acontecem em diferentes cidades do país.
O presidente ACIC, Leonardo Castro de Abreu, confirmou a participação da associação. "O comércio campista não suporta mais ficar com as portas fechadas. Os empresários não estão tendo condições de arcar com as despesas trabalhistas e as cargas tributárias. Só neste ano, foram mais de 21 dias sem produzir. A situação está complicada tanto para os empresários como para os comerciários, principalmente aqueles que recebem comissão", explicou Leonardo Castro.
O presidente da ACIC voltou a destacar que entende a necessidade de conter o avanço do coronavirus. Sabe que não existe mais vagas nos leitos de UTI e na clínica médica, mas destacou que a situação poderá piorar com o desemprego. "O fechamento das lojas poderá causar a falência do comércio e uma onda de demissão, que poderá chegar a mais de 10 mil trabalhadores diretos. Precisamos voltar às atividades produtivas para a economia girar e pela manutenção dos empregos", finalizou Leonardo.
 
 

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