Confissão do filho de Flordelis não define a investigação
21/06/2019 19:22 - Atualizado em 26/06/2019 15:01
A titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, Barbara Lomba, disse nesta sexta-feira que a confissão dos filhos da deputada federal Flordelis (PSD) e do pastor Anderson do Carmo Souza, que foi assassinado no último domingo, não é uma prova definitiva para a investigação do crime. A motivação ainda não está definida, segundo a delegada, as informações obtidas em depoimentos precisam ser confirmadas com laudos periciais e outras provas materiais.
Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos Souza tiveram prisão decretada na última quinta-feira pela Justiça do Rio. Segundo a delegada, Flávio confessou ter atirado no pai. “Ele (Flávio) assumiu ter atirado, mas a confissão não vai definir (o resultado da investigação), e há ainda que se esclarecer como foi essa execução. A narrativa não define. A motivação, por exemplo, não está definida”, disse a delegada.
A Polícia Civil informou, ainda, que um terceiro filho disse em depoimento que suspeitava do envolvimento da deputada Flordelis e de outras três filhas no crime. Segundo o jovem, uma delas ofereceu R$ 10 mil ao irmão Lucas dos Santos para matar o pastor.
Após ser procurada, a Flordelis afirmou, por meio da assessoria, que não irá se pronunciar sobre o assunto. O rapaz, que não teve a identidade revelada, disse que a mãe e três irmãs colocavam remédio na comida do pai e que isso seria a causa de seus problemas de saúde.
De acordo com Lomba, é praticamente certo que a arma encontrada na casa da deputada foi a utilizada no crime. “Temos participação segura, pelo menos em alguma medida dos dois presos - o Lucas na compra da arma e o Flávio a execução do crime. Precisamos concluir o laudo pericial, mas a indicação de que a pistola que encontramos na casa para se cometer o crime é praticamente certa”.
O inquérito já permitiu concluir que o pastor chegou em casa, foi ao closet trocar de roupa e voltou ao carro, quando foi atingido por tiros. Foram encontrados nove estojos de munição de pistola 9 mm na garagem e uma arma de mesmo tipo. O celular da vítima desapareceu após o crime, assim como o telefone do filho que confessou ter atirado no pastor.
A polícia ainda não confirmou quantos tiros atingiram o pastor. Foram encontradas 30 perfurações em seu corpo, mas a perícia ainda precisa confirmar quantas são de entrada e quantas são de saída dos projéteis. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa e encontrou um pequeno incêndio em que papéis estavam sendo queimados. Segundo a delegada, a perícia trabalha para recuperar informações que foram destruídas. (A.N.)

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