Filósofo Emir Sader é o entrevistado do Folha no Ar desta terça
Virna Alencar 18/06/2019 08:37 - Atualizado em 26/06/2019 14:53
De origem libanesa, o mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo, Emir Sader, foi entrevistado no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, desta terça-feira (18). Na oportunidade, ele falou sobre a sua obra recentemente lançada, “Lula e a Esquerda do Século XXI”, que trata Luiz Inácio Lula da Silva como fenômeno político e social. Ele também falou sobre a prisão do ex-presidente condenado na Operação Lava Jato e das perspectivas políticas nacionais sob a presidência de Jair Bolsonaro. A entrevista contou com a participação do professor de sociologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Campos, George Gomes Coutinho.
Sader contou que em sua obra destaca a biografia de Lula, que nasceu no nordeste brasileiro e mesmo com uma trajetória de dificuldades se transformou no presidente do país.
“Sou de São Paulo e sei o que seria um filho de um pernambucano, no interior do Nordeste, com dez irmãos dos quais três morreram, ir para São Paulo, sofrer discriminação, trabalhar como engraxate, office boy, e se transformar ao longo do tempo no mais importante presidente do Brasil. No segundo mandato, que terminou em 2010, teve 80% de referência negativa na mídia e 87% de apoio. Entendo que ele tem uma importância extraordinária. Atendeu a massa da população, diminuiu a desigualdade, houve uma inclusão social significativa, não só de salário e emprego, mas também em termos de sistema educacional. Portanto, está definitivamente marcado na memória do brasileiro”, disse.
Perguntado sobre a prisão do ex-presidente Lula condenado na Operação Lava Jato, o filósofo disse entender como perseguição política para tirá-lo das eleições. “Ele foi condenado sem provas e o direito é feito por meio delas. Eles confessaram no processo que o condenaram com convicções. Além disso, é um processo que não tinha nenhuma razão para estar na Lava a Jato porque não tem nada haver com a Petrobras e um apartamento que agora se confessa que não é dele. Trata-se de perseguição política”, acrescentando que o Supremo Tribunal Federal (STF), reiteradamente, decidiu que o juiz Sérgio Moro, era isento para julgar o Lula, devido às suas convicções políticas.  
Sobre a atuação do Bolsonaro na presidência do país, afirmou desacreditar na capacidade dele para governar. Para ele, a retirada do então presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento, Joaquim Levy, e do militar general Santos Cruz, se mostram como atitudes prepotentes do presidente. “O Bolsonaro é um obstáculo, ele até introduz conflitos. Só que tirá-lo é um projeto delicado, ele tem apoios, ele vai resistir, não será uma operação simples dessa ordem. Enquanto Lula falava que recurso para a Educação não é gasto, é investimento, o governo Bolsonaro tem tratado como despesa”, finalizou.
Confira a entrevista:
 
 
 
 

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