TRE quer ouvir cabos eleitorais em processo que pede cassação de Wladimir e Bruno
05/06/2019 00:17 - Atualizado em 06/06/2019 16:20
O vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o desembargador Cláudio Brandão de Oliveira, determinou o envio de escutas telefônicas entre um cabo eleitoral dos deputados Wladimir Garotinho (PSD) e Bruno Dauaire (PSC) com o suposto chefe do tráfico de drogas no Parque Eldorado, Cassiano Soares da Silva Vicente – conhecido como Cotó, que está preso. Os áudios fazem parte de uma investigação que corre na 1ª Vara Criminal de Campos e que, segundo uma denúncia do Psol, comprovaria uma relação privilegiada de Wladimir e Bruno para fazer campanha dentro do bairro. O partido entrou com uma ação pedindo a cassação dos mandatos dos dois por compra de votos.
De acordo com a denúncia, o cabo eleitoral Juninho Jubiraca mantinha contato telefônico com Cotó, que cumpre pena em regime fechado por crimes relacionados ao tráfico de drogas. Na denúncia, o Psol faz referência à escutas telefônicas da operação Verde Oliva, das polícias Civil e Militar, desencadeada em 16 de outubro do ano passado, com o objetivo de prender suspeitos da morte de um militar do Exército. “Que os dois parlamentares teriam sido favorecidos por um esquema que lhes permitiu realizar campanha, com exclusividade, na localidade (...) mediante a compra do apoio político do líder do tráfico na região, tendo obtido expressiva votação, segundo informações havidas da operação Verde Oliva”, diz a denúncia.
Na mesma decisão, o desembargador também determina que os réus forneçam os endereços de três testemunhas da defesa e que são apontados, em um vídeo, como autores de compra de votos, além de deferir o pedido para que Juninho Jubiraca preste depoimento. Por outro lado, as oitivas do delegado Luis Maurício Armond, então titular da 146ª DP (Guarus), e do promotor Sérgio Fonseca, foram rejeitadas por ora.
Em nota, Wladimir declarou que a ação é “politiqueira”. “Sobre o andamento da ação, é um procedimento normal. Meus advogados apresentaram a defesa e a ação segue o trâmite. No fim, tenho certeza de que a verdade vai prevalecer e essa ação politiqueira não dará em nada. A eleição já acabou, tem derrotado querendo terceiro turno. Inclusive um dos advogados dessa ação ridícula é o mesmo que participa da defesa do candidato derrotado do governo à Câmara Federal”.
Já o deputado estadual Bruno Dauaire disse que está tranquilo e vai provar sua inocência. “Vejo essa decisão do desembargador como parte do devido processo legal. Confio na atuação do Ministério Público e da Justiça, que estão fazendo seus respectivos papéis dentro do regime democrático em que vivemos. Estou absolutamente tranquilo porque sei que todas essas denúncias apresentadas pelo Psol, partido que vem caindo em descrédito pela população, são mentirosas e caluniosas. Ao final do processo, ficará comprovada a minha inocência. Outro fato que comprova que a denúncia não possui nenhuma lógica é a minha atuação como deputado estadual, com um mandato voltado, entre outras questões, à segurança pública e valorização das forças de segurança no combate à criminalidade. Vamos continuar o nosso trabalho na Alerj, com nossa produtividade parlamentar com diversos projetos apresentados. Não será uma denúncia mentirosa do Psol que irá impedir isso de continuar nossa luta em defesa da população."

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