Cunha está na mesma prisão de Cabral
31/05/2019 20:30 - Atualizado em 06/06/2019 16:01
O ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB) chegou ao Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, para dar prosseguimento ao cumprimento de sua pena em Bangu 8, mesmo presídio onde está o ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Ele volta à cidade onde nasceu e onde construiu sua carreira política, após ficar preso no Paraná por cerca de dois anos e sete meses. A transferência ocorreu atendendo pedido de sua defesa.
Eduardo Cunha foi condenado na operação Lava Jato por ter recebido propina envolvendo um contrato de exploração de petróleo em Benin, na África, e pelo uso de contas no exterior para lavar o dinheiro.
Em primeira instância, ele foi sentenciado pelo então juiz federal Sergio Moro a 15 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Na segunda instância, a pena foi reduzida para 14 anos e seis meses. O ex-deputado está preso desde outubro de 2016. No mês passado, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou um habeas corpus em que sua a defesa pedia a revisão da pena.
A transferência do ex-deputado para o Rio de Janeiro foi autorizada na última quarta-feira pela Vara de Execuções Penais da Justiça Estadual do Paraná. O pedido da defesa cita o artigo 103 da Lei de Execução Penal, que trata da permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar. Após ter o pleito atendido, a defesa de Cunha divulgou nota afirmando que “a decisão é justa e adequada aos preceitos legais e constitucionais”.
O Ministério Público Federal (MPF) chegou a se manifestar contra a transferência. O órgão sustentou que Cunha ainda possui grande poder de influência política no estado, o que poderia facilitar o cometimento de novos crimes mesmo de dentro da prisão. O argumento, no entanto, não foi acolhido pelo juízo.
Cunha é réu também em outras ações penais. Em uma delas, que corre na Justiça Federal de Brasília, ele foi condenado em primeira instância a 24 anos e dez meses de prisão em junho do ano passado por desvios de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS.

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