Diretor do laboratório Plínio Bacelar, Carlos Bacelar no Folha no Ar
Maria Laura Gomes 31/05/2019 07:52 - Atualizado em 06/06/2019 14:54
Folha no Ar recebe Carlos Bacelar
Folha no Ar recebe Carlos Bacelar / Isaías Fernandes
Diretor do laboratório Plínio Bacelar, Carlos Bacelar foi o entrevistado da primeira edição do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, desta sexta-feira (31). Entre outros assuntos, o diretor ressaltou a importância da conscientização da população quanto à vacinação e contou um pouco da história da fundação do Plínio Bacelar e sobre as dificuldades enfrentadas no início do laboratório, já que existiam poucos recursos. “O teste de gravidez era feito no sapo”.
Em relação às viroses, Carlos defendeu que a vacina precisa ser aplicada anualmente, porque os vírus sofrem mutações genéticas, se apresentam de uma forma diferente, e é preciso controlá-los.
— Estamos em um período meio complicado de viroses aqui em Campos. Chikungunya atacando à vontade. O H1N1 é uma gripe, uma gripe viral provocada pelo vírus influenza A. É preciso criar um programa de saúde acoplado à educação para poder obrigar a se fazer a vacina. É um processo de educação, de cultura e, evidentemente, da área médica de saúde. Existe uma coisa estranha: as campanhas existem, são divulgadas na televisão, são divulgadas na rádio e às vezes até maciçamente são prorrogadas e a população não atende — explicou Carlos Bacelar, que tem formação em Ciências Biológicas.
Bacelar contou como foi o início dos trabalhos do laboratório, que hoje é uma referência, em uma época em que as tecnologias não eram tão avançadas e não existiam muitos recursos. Segundo ele, o trabalho era muito manual.
— Trabalhávamos com tubos de ensaio e pipetas, o trabalho era manual e bonito até. Então, a coisa foi evoluindo. Entrou a informática, começou a internet, começou a existir uma facilidade de comunicação direta com os grandes centros e isso passou a fazer parte da evolução dos laboratórios, com grandes máquinas, grandes equipamentos. Primeiro, os sistemas automatizados e, hoje, os totalmente robotizados — ressaltou Carlos Bacelar.
Ele contou que, nesse tempo de atividade, o laboratório chegou a utilizar sapo para fazer teste de gravidez. “Para realizar o procedimento, a urina da mulher era coletada, fazia um tratamento antitóxico e injetava na barriga do sapo. A partir daí, o sapo ficava dentro de uma gaiola por duas horas e depois pegávamos a pipeta e coletávamos a urina do sapo para fazer a análise no microscópio. Se tivesse espermatozoide, era positivo para a gravidez. Se não tivesse, podia não ser” destacou.
O diretor do Plínio Bacelar ainda citou os riscos da automedicação. “Tem que procurar um médico, só ele vai dizer a aplicação de determinadas medicações. Antibiótico, por exemplo, hoje em dia, só se vende com prescrição médica, porque, quando era livre, provocou uma série de resistências bacterianas, mutações de bactérias pelo uso indiscriminado de antibióticos", finalizou o diretor.
Confira a entrevista: 

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