Sessão da Câmara encerrada com protesto dos servidores
Paulo Renato do Porto 28/05/2019 19:42 - Atualizado em 06/06/2019 14:01
A sessão desta terça-feira da Câmara Municipal de Campos não durou mais do que 30 minutos. Devido às manifestações de servidores em greve que lotaram o plenário, o presidente do Legislativo, Fred Machado, decidiu suspender os trabalhos, quando o líder do governo, Paulo César Genásio, fazia uso da tribuna e era vaiado pelos grevistas.
— Amanhã, o prefeito estará nos recebendo para que esta semana o secretário André Oliveira (Gestão Pública) venha aqui explicar a vocês para que possamos buscar um caminho. Estamos tentando trabalhar com uma linha de diálogo— disse Genásio, no momento em que os servidores intensificaram as vaias entremeadas com cânticos e palavras de ordem.
Antes, o vereador Álvaro Oliveira rebateu o que considerou “ataques” e “ameaças” de um vereador da situação (não citou nome). Genásio rebateu o oposicionista antes de tratar do assunto de interesse dos servidores.
A sessão interrompida foi mais um capítulo na questão entre os servidores e a prefeitura que, através de nota oficial publicada nesta terça-feira, descartou a possibilidade de conceder um aumento ao funcionalismo. Antes, cogitou-se uma reposição de 4,18%, mas o prefeito Rafael Diniz disse que refez as contas com sua equipe e concluiu pela impossibilidade do reajuste em razão da situação financeira atual do município.
“O quadro se torna especialmente grave devido às dívidas da Municipalidade, entre elas R$ 105 milhões com o FGTS; R$ 745 milhões com o INSS; e R$ 68 milhões com precatórios; além de um débito de R$ 180 milhões com o Instituto de Previdência dos Servidores de Campos (Previcampos), que vem sendo pago em parcelas mensais, sem as quais a administração não conseguiria honrar o pagamento das aposentadorias e pensões”, explica a nota.
O diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Siprosep), Alexandre Stollet, disse haver divergências entre os servidores e os vereadores no encaminhamento das negociações.
“Os servidores querem a realização de uma audiência pública para que o debate seja mais explicitado e ampliado, mas os vereadores querem apenas fazer reuniões internas”, afirmou.

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