"Um homem e uma mulher" no Cineclube
Celso Cordeiro Filho 28/05/2019 17:44 - Atualizado em 06/06/2019 13:49
Quem for hoje (29), às 19h, ao Cineclube Goitacá, poderá assistir “Um homem e uma mulher” (Un homme et une femme/1966), de Claude Lelouch, apresentado pela médica Sandra Maria Teixeira dos Santos que disse ter sido impactada na juventude quando assistiu ao filme. “É lindo, extremamente romântico. Vale a pena revê-lo. Quem não viu vai conhecer uma linda história de amor”, adiantou.
Sandra destacou ainda a direção de Claude Lelouch e o trabalho dos atores Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant, além da trilha sonora de Francis Lai. “As interpretações dos atores são marcantes. Destaque também para a música de excelente qualidade. Enfim, é um filme marcante e que merece ser exibido no Cineclube Goitacá”, acrescentou.
O filme de Claude Lelouch está, agora, completando cinquenta e três anos. Até 1966 Lelouch não passava de um ilustre desconhecido. Com seis fracassos de público e crítica nas costas, o cineasta, na verdade, andava deprimido. “Lembrem-se bem deste nome: vocês nunca mais ouvirão falar dele”. Foi com esta frase cruel que, em 1963, a revista de cinema “Cahiers du Cinéma” tentou descartá-lo de vez do cenário cinematográfico.
A ironia do destino é que quatro anos mais tarde, em 1967, Lelouch ganharia a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor roteiro original por seu novo filme. Ao contrário do que diagnosticara o “Cahiers”, na França e em todo o mundo era só do que se falava, sim, do filme “Um homem e uma mulher”. O pessoal do “Cahiers” quis voltar atrás e, na imprensa, François Truffaut ousou sugerir que “Um homem e uma mulher” tinha o espírito da Nouvelle Vague, movimento de cinema, saído do seio da revista que criticara Lelouch. Dando o troco à altura, na mesma imprensa, Lelouch peremptoriamente declarou que seu filme não tinha nada, absolutamente nada a ver com a Nouvelle Vague.
Desde então ficou comprada a briga entre Lelouch e a crítica de uma maneira geral, desavença que faz o cineasta jogar farpas maliciosas do tipo: “Um dia farei um filme para os críticos — quando tiver dinheiro para perder”. A carreira de Lelouch deslancharia vertiginosamente depois do estrondoso sucesso de “Um homem e uma mulher”. O acesso ao Cineclube Goitacá é gratuito e está localizado na sala 507, do edifício Medical Center, na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e 13 de Maio, no centro da cidade.

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