"John Wick 3 - Parabellum" estreia hoje no Kinoplex
Celso Cordeiro Filho 15/05/2019 19:28 - Atualizado em 21/05/2019 20:09
Entre as estreias da semana nos cinemas de Campos, a indicação recai sobre o filme “John Wick 3 — Parabellum”. Vale lembrar que “parabellum” significa “prepare-se para a guerra”, e é exatamente isso o que acontece no terceiro capítulo da franquia John Wick (iniciada no Brasil sob o título “De Volta ao Jogo”). Keanu Reeves retorna à pele do assassino que sai da aposentadoria para mais uma vez dar de encontro com um banho de sangue — especialmente após o desfecho do segundo capítulo, quando mata o antagonista Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio) dentro do Hotel Continental, território proibido para a Alta Cúpula. Ambientado a partir dessa atitude extrema, “John Wick 3 — Parabellum” logo se inicia com a pressa de uma contagem regressiva; seja por sua vida que se encontra por um fio ou pela sua duradoura aliança com o submundo, reduzida drasticamente em questão de minutos.
Com Chad Stahelski novamente na direção, “Parabellum” não hesita em engrandecer ainda mais as já esperadas sequências de ação e lutas corpo a corpo, mas também procura dosar toda a pancadaria com uma linha narrativa que se costura entre esses momentos. Porém, por mais impactantes que sejam as cenas de combate, elas são em maior número e isso acaba enfraquecendo o enredo, especialmente no ato final — até mesmo com novos personagens e arcos incluídos, que dão ares frescos ao universo John Wick. Mais uma vez é a ação que dita a narrativa e não o contrário. Isso não chega a ser um grande problema (afinal, a ação continua sendo o chamariz da franquia) mas o filme se estende com mais de 2h de ritmo ora vigoroso, ora sem muita inspiração, o que acaba tornando a imersão ligeiramente mais rasa a cada luta introduzida, por mais sentido que ela faça.
O estilo neo-noir prevalece neste 3º capítulo, mais forte do que nunca. As cores vivas e os cenários bem diferenciados, aliados ao modo como as sequências de embates são conduzidas, dão uma vibe de videogame à medida que a trama avança, como se Wick estivesse passando por diferentes fases. De certa forma, é isso o que move o enredo: ele precisa unir forças com pessoas que já o ajudaram no passado, o que inclui Sofia (Halle Berry) e a Diretora (Anjelica Huston), peças-chave que lhe ajudam a abrir portas para sua redenção perante a Alta Cúpula, mesmo sabendo que elas poderão se prejudicar diante de seus adversários. A introdução destas personagens traz elementos bem significativos (como a ambientação em Casablanca e numa escola de dança em Nova York), mas a falta de background das histórias de Sofia e a Diretora se faz bastante presente, deixando claro que elas foram inseridas para serem desenvolvidas em possíveis futuros filmes da franquia.
Assim como a atmosfera neo-noir, o cuidado na composição das maiores cenas de combate (vide a de Casablanca com direito a Halle Berry e seus dois cachorros) eleva “Parabellum” a um nível tão divertido quanto surpreendente. A fluidez da montagem nessas passagens mais frenéticas é muito bem feita e, com a presença forte de Keanu Reeves junto da ótima coreografia, não importa qual ferramenta ele utilize: sejam facas, livros, cavalos, motos ou cachorros, todas serão companhias certeiras em cada conflito. A única questão negativa que envolve Reeves é a precariedade de falas que o personagem possui, tornando sua performance um tanto robótica; mas nada que uma boa e velha frase antes dita em Matrix não dê um pouco de mais vivacidade ao assassino em fuga.
“Parabellum” expande consideravelmente o universo que envolve a Alta Cúpula (destaque para Kate Dillon) e os mais diversos assassinos que atuam ao redor do mundo, mas se preocupa mais na urgência das situações do que necessariamente em explicar como certos personagens chegaram até o que nos é apresentado neste capítulo. O fio condutor é o fato de Wick ser o assassino mais procurado ao redor do mundo, e é através desta situação que tudo se desdobra. Os tons da história, apesar de serem um pouco exagerados em dados momentos, não soam megalomaníacos: como o roteiro cede o espaço que poderia ser do óbvio para mergulhar nas mais insanas lutas, existe equilíbrio e a facilidade em adentrarmos fielmente nesse cenário repleto de sangue, mas também de lealdade.
Também entram em cartaz hoje “ Kardec”, “Uglydolls” e “Hellboy”. Continuam em exibição “Pokémon Detetive Pikachu”, “Vingadores: Ultimato”, “De Pernas Pro Ar 3” e “Cemitério Maldito”. (A.N.) (C.C.F.)

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