Filme sobre Hitler causa perplexidade na plateia
Celso Cordeiro Filho 28/03/2019 18:12 - Atualizado em 03/04/2019 17:19
Aluysio destacou a interpretação do ator Bruno Ganz
Aluysio destacou a interpretação do ator Bruno Ganz / Rodrigo Silveira
Ao final da apresentação do filme “A Queda: As Últimas Horas de Hitler” (2004), quarta-feira (27), no Cineclube Goitacá, a plateia se manifestou de forma discreta e, por isso mesmo, mereceu do apresentador, o jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa, o seguinte comentário: “É um aplauso meio constrangido. Como disse na abertura da sessão, o filme sobre os últimos dias de Hitler não é fácil, mas necessário”. Entendeu a reação como natural face à densidade dramática da obra do diretor Oliver Hirschbiegel.
Aluysio destacou o trabalho do ator suiço Bruno Ganz e lamentou que não tenha sido sequer indicado ao Oscar. O fato, segundo ele, demonstra claramente que “Hollywood é uma aldeia judaica”. Ele assegurou que o trabalho de Ganz engrandece o cinema neste milênio e pode ser comparada a outras grandes interpretações, como as de Roberto De Niro, em “Taxi Driver”, e Marlon Brando, em “Uma Rua Chamado Pecado”. “Todos reconhecem a magnífica interpretação de Ganz como Hitler em seus últimos dias de vida e, por isso mesmo, não dá para aceitar que não tivesse sido sequer indicado ao Oscar de melhor ator”, completou.
Na composição do filme, o diretor Olivere Hirschbiegel se baseou em duas fontes: relato da secretária particular de Hitler, Traudl Junge, e o livro “Hitler”, do historiador alemão Joachim Fest. Salientou, também, que há um aspecto documental na sua construção, porque é usada câmera no ombro mostrando cenas impactantes. “Por tudo que contém de história e revelações sobre as contradições humanas, é que decidi trazê-lo de volta ao Cineclube”, disse. A primeira vez que Aluysio apresentou o filme “A Queda: As Últimas Horas de Hitler” o Cineclube funcionava nas dependências da Faculdade de Medicina.
Após a exibição, a plateia interagiu com o apresentador se mostrando interessada em conhecer mais detalhes sobre a Segunda Guerra Mundial. Para o publicitário e crítico de cinema, Gustavo Oviedo, “toda vez que uma população aposta tudo num líder carismático, messiânico, sai perdendo. A história mostra isso com bastante clareza. Hitler é um exemplo, mas poderia citar outros”.

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