A cafeína é uma substância alcalóide presente em várias infusões, suplementos e bebidas estimulantes.
O seu efeito excitatório no sistema nervoso central é bem conhecido, mesmo da população leiga e seu consumo amplamente difundido se deve em grande parte a esse efeito.
A questão é que a cafeína é um ativador da "via da adrenalina" e age em vários tecidos do organismo dos mamíferos, como tecido cardíaco, sistema respiratório, gastrintestinal dentre outros.
Não venho aqui combater o seu consumo. Mas alertar que segundo a farmacologia médica, doses maiores que 400 mg de cafeína ao dia já podem gerar overdose em um adulto jovem saudável.
Muito comum vermos o consumo de duas vezes isso por atletas dedicados e outros, digamos, nem tanto.
Um atleta esporádico, ou seja, que pratica atividades físicas uma a duas vezes por semana, não desenvolve a mesma adaptação cardiovascular, que um atleta engajado e que treine há um prazo maior.
O uso de cafeína, seja em termogênicos, bebidas energéticas ou nos chamados pré-treinos induz o indivíduo a praticar um esporte com muito mais intensidade e por muitas vezes por uma duração maior do que o organismo estaria adaptado.
É natural que haja sobrecarga cardíaca e disritmias, dentre outros efeitos como irritabilidade, insônia, ansiedade.
As consequências podem ser desastrosas.
Sempre que faço essas colocações, ouço de um monte de "especialistas": _"eu uso 800 mg de cafeína e não sinto nada..." ou eu "bebo 15 xícaras de café e durmo bem"...
Sim...a máquina biológica é linda e suporta muitos dos nosso abusos, mas vez ou outra ela sucumbe.
Recordo aqui o caso do jovem americano Davis Cripe, estudante de 16 anos, que em 2017 veio a óbito após consumir em um prazo curto, três bebidas diferentes contendo cafeína.
Não falamos aqui de cápsulas de estimulantes potentes, mas um café latte do McDonald's, um refrigerante 500 ml a base de cola da marca Montain Drew e uma latinha de energético num prazo de 3 horas.
Segundo o médico legista Gary Watts, a causa mortis foi arritmia cardíaca.
Cada organismo é único.
Como sempre colocamos: o que para uma pessoa pode ser inofensivo, para outra pode se configurar veneno.