Denúncias ainda geram confusão
Suzy Monteiro 08/02/2019 23:35 - Atualizado em 13/02/2019 16:17
As denúncias do vereador Jorginho Virgílio (PRP) contra um colega vereador, sem citar nomes, feitas em rede social, foram parar na coluna Extra, Extra, de Berenice Seara, e pode chegar ao Ministério Público Estadual (MPE). De acordo com nota da jornalista, um seguidor do vereador Jorginho nas redes sociais representou o Ministério Público para intimar “o tagarela a dizer, de uma vez por todas, de quem está falando — incluindo um ‘vereador que anda tendo ‘relações próximas’ com a atividade de empreiteiros na Prefeitura de Campos’”. Em reação à nota do Extra, Jorginho recuou da decisão anterior e falou que não será pressionado e não irá protocolar mais pedido de apuração. O presidente da Câmara de Vereadores de Campos, Fred Machado (PPS), informa que aguardará a manifestação do Ministério Público e que, até o momento, nenhuma denúncia foi feita à Câmara.
No início de fevereiro, o vereador Jorginho Virgílio resolveu disparar, no Facebook, contra os colegas da Câmara, fazendo denúncias de supostas irregularidades, porém sem citar nomes. A postagem desagradou, e muito, aos demais vereadores por lançar suspeita sobre todos e não identificar o alvo. O bate-boca também chegou aos grupos de WhatsApp do Legislativo.
Na primeira postagem, Jorginho fez denúncias contra vereadores, sem citar nomes: “Tem vereador em Campos que precisa definir se é político ou empresário... Usar do cargo de vereador pra colocar sua empresa e de amigos e parentes pra ganhar dinheiro público não tá certo... Vou começar dar nome aos “bois” e denunciar no Ministério Público... Tem um assessor de um vereador que foi acusado de construir abrigo de passageiros bilionário e superfaturado em Guarus no governo Alexandre Mocaiber, quando a ponte General Dutra ficou interditada e até hoje a justiça não deu resposta... Justiça de Campos dos Goytacazes, vamos se movimentar (sic) também...”.
Vários vereadores não gostaram da postagem. Um áudio da vereadora Joilza Rangel (PSD) começou a circular, em que ela criticava a atitude de Jorginho “na minha opinião, ele não foi ético. Se tem nome, ele tem que falar”. Ela também falava que, por não ser empresária, a carapuça não lhe coube, mas destacou que, para quem não a conhece poderia ficar a suspeita. Ao saber do áudio, Jorginho voltou ao facebook e citou um nome: o da própria vereadora Joilza Rangel, falando que ela trata-se de suplente (Joilza entrou na Câmara no lugar de Jorge Rangel (PTB), que perdeu o mandato em função de condenação na Chequinho). Também fez denúncias, dizendo que o filho dela seria empreiteiro (sic) do ramo da merenda e que teria trabalhado no governo Rosinha no período em que Joilza era secretária.
Quinta-feira, através de sua assessoria de imprensa, Jorginho afirmou que seu corpo jurídico estava preparando a documentação para ser protocolado o pedido de apuração na próxima semana. Ontem, porém, o caso foi parar no jornal Extra. Logo depois, Jorginho postou em rede social: “Quero deixar bem claro que não vou aceitar ser pressionado por grupos políticos que usam meios de comunicação pra seu ‘bem prazer’... O documento com pedido de informações terminou de ser preparado hoje pelo meu assessor jurídico... Pode pedir perícia da polícia federal ou de quem quiser no computador dele... Sou “tagarela” mesmo... Agora não vou protocolar NADA! Deixa o MP me questionar agora... A independência dos poderes vai ter que prevalecer no país... Que negócio é esse... Não sou ladrão, nunca respondi a um processo na minha vida toda!”.

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