Witzel toma posse e diz não ter direito de errar
01/01/2019 21:34 - Atualizado em 10/01/2019 16:15
Sem precedente
O Estado do Rio de Janeiro tem novo governador: Wilson Witzel (PSC) foi empossado nesta terça-feira (1º). De 1% nas pesquisas no início da corrida eleitoral, o ex-juiz federal chegou a 41% no dia 7 de outubro e bateu Eduardo Paes (DEM), no segundo turno, vencendo em 89 dos 92 municípios. Witzel surfou na onda do novo presidente, também empossado ontem, Jair Bolsonaro (PSL), para uma virada realizada em uma semana, sem precedente na história política fluminense. Além disso, aproveitou o espaço que foi aberto para o chamado “não político”, alavancado com o envolvimento de nomes já conhecidos em tantos escândalos de corrupção.
Sem direito de errar
Na posse, Witzel afirmou que “não tem o direito de errar”, devido à expectativa do povo fluminense. Tem razão ao dizer isso. Eleitor ou não do ex-juiz federal, todos esperam que o Rio de Janeiro deixe de ser um Estado que vive em destaque no noticiário por escândalos de corrupção. A cúpula da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) está presa. Os dois últimos governadores eleitos antes de Witzel — Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ambos do MDB — também estão na cadeia. Outros dois que foram eleitos antes também já estiveram na prisão: Anthony Garotinho (PRP) por três vezes e Rosinha Garotinho (Patri), uma.
Políticos no governo
Para o novo governador, não basta o discurso de combate à corrupção, de ser contra a irresponsabilidade. É preciso mostrar, diariamente, essa atitude. Apesar de se colocar como um candidato não político, Witzel já mostrou algumas composições ao anunciar seu secretariado. O PRB do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, emplacou Eduardo Lopes na Pesca. Candidato do PDT ao Guanabara derrotado em outubro, Pedro Fernandes ficou com a pasta da Educação, enquanto Felipe Bornier (Pros), que perdeu na disputa à reeleição de deputado federal, será o secretário de Esporte
Peça fundamental
Desde que se apresentou como candidato ao Governo do Estado, o paulista de Jundiaí Wilson Witzel era contestado por não conhecer sequer a capital fluminense, quanto mais o interior do Estado. Porém, sempre lembrava da sua atuação como juiz, inclusive com passagem pelo município de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Ontem, ao ser questionado quanto às prioridades, levantou o Porto do Açu, em São João da Barra, como peça fundamental para a economia regional. Lembrou ainda dos campos maduros de petróleo e da agricultura como outras fontes de recursos importantes.
Diálogo
Por falar no interior, caberá a Witzel colocar um ponto final na novela da ponte da Integração, que ligará SJB a São Francisco de Itabapoana. Pezão prometeu concluir a obra até o fim do ano passado, mas as obras atrasaram e o ex-governador foi preso antes mesmo de terminar seu mandato. O ex-juiz vai precisar dialogar com os prefeitos. Na região, a maioria esmagadora apoiou Paes. No entanto, a eleição passou e a relação deve ser institucional, sem levar adiante picuinhas partidárias. Aliás, na postura adotada desde o resultado das urnas, Witzel tem parecido ter assimilado isso com mais facilidade do que o próprio presidente Bolsonaro.
Presidente
Eleito presidente da Câmara Municipal de Campos para o biênio 2019/2020, o vereador Fred Machado (PPS) anunciou nas redes sociais que a cerimônia da assinatura do termo de posse da nova mesa diretora vai acontecer nesta quarta-feira (2), às 17h, no plenário do Legislativo goitacá. Atual líder do governo na Casa, Fred assumirá o lugar de Marcão Gomes (PR), que deve assumir um lugar na Prefeitura no próximo mês, como foi confirmado pelo próprio prefeito Rafael Diniz (PPS) em entrevista à Folha da Manhã na edição do último domingo (30).
Unânime
Fred foi escolhido por unanimidade em votação realizada no dia 8 de agosto do ano passado. Além dele, também foram eleitos para a mesa diretora Abdu Neme (PR), primeiro vice-presidente; Marcelo Perfil (PHS), segundo vice-presidente; José Carlos (DC), primeiro secretário; Igor Pereira (PSB), segundo secretário; Luiz Alberto Neném (PTB), primeiro suplente; e Pastor Vanderli (PRB), segundo suplente. Todos também foram eleitos por unanimidade, exceto José Carlos, que teve duas abstenções — da vereadora Joilza Rangel (PSD) e Álvaro Oliveira (SD).

ÚLTIMAS NOTÍCIAS