Witzel defende "abate" e defensor público discorda
07/01/2019 22:31 - Atualizado em 10/01/2019 15:03
O governador Wilson Witzel (PSC) participou nesta segunda-feira, na capital, da posse do novo defensor público-geral do Estado do Rio, Rodrigo Pacheco. Durante o evento, Witzel voltou a defender o “abate” de bandidos com fuzil seja “no Shopping Leblon” ou “na favela”. No entanto, o defensor discordou do ex-juiz federal e disse que “abate” só é permitido em casos de legítima defesa.
— Vamos combater com rigor o crime organizado. Os traficantes que portam fuzil nas comunidades serão tratados como terroristas porque se tivesse um bandido de fuzil no Shopping Leblon, ele certamente seria abatido. Então não pode ter dois pesos e duas medidas — disse Witzel.
Perguntado sobre a posição do governador, o defensor público-geral empossado, Rodrigo Baptista Pacheco, disse que o bandido só pode ser “abatido” se o agente de segurança estiver acobertado pela legítima defesa. “Ele (bandido) está colocando a vida de alguém em risco? Está prestes a atirar em alguém? Então, ele (agente de segurança), em tese, está acobertado pela legítima defesa”, declarou.
Pacheco foi escolhido para estar à frente da Defensoria Pública para o biênio 2019/2020. Na cerimônia de transmissão de cargo, realizada no auditório da Fesudeperj (Fundação Escola Superior da Defensoria Pública), Witzel defendeu a necessidade de trabalhar em parceria com a instituição.
— Temos muitos projetos para realizar em conjunto, como a questão do excesso de presos provisórios. Hoje já são quase 20 mil, e a nossa intenção é efetivamente resolver a questão desses presos, que muitas vezes estão no regime fechado, quando poderiam estar no semiaberto. Peço à Defensoria Pública o apoio para que consigamos trabalhar em conjunto — ressaltou.
De acordo com o defensor-geral, diálogo, transparência e eficiência serão as metas de sua gestão. “Precisamos ter diálogo com as instituições públicas e poderes para proporcionar o melhor atendimento à população fluminense, respeitando obviamente as peculiaridades e a missão de cada um. O diálogo com a população, a sociedade civil e os movimentos sociais é algo fundamental para uma instituição que busca promover o acesso à Justiça”, afirmou Rodrigo Baptista Pacheco. (A.N.)

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