Campos aparece entre as maiores quedas do PIB, segundo IBGE
14/12/2018 15:25 - Atualizado em 17/12/2018 18:37
Quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016 ficou concentrado em apenas 66 dos 5.570 municípios do país. Isso significa que apenas 1,2% das cidades, que representavam 1/3 da população, responderam por cerca de 50% de toda a economia brasileira naquele ano. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda mostrou que a principal queda ocorreu para o município de Campos, que perdeu 0,3 pontos percentuais (p.p.) de participação no PIB brasileiro na comparação com 2015.
Em 2016, o PIB recuou 3,3%, segundos dados revisados e divulgados pelo IBGE no mês passado. Em valores correntes, ele chegou a R$ 6,266 trilhões naquele ano, e o PIB per capita ficou em R$ 30.407.
Segundo o novo levantamento, apenas 6 municípios, que representavam 12,9% da população em 2016, concentraram cerca de 25% do PIB do país. São eles: São Paulo, com 11% do total; Rio de Janeiro, com 5,3%; Brasília, com 3,8%; Belo Horizonte, com 1,4%; Curitiba, com 1,3% e Osasco, com 1,2%.
Segundo o IBGE, destes seis municípios com os maiores PIBs, apenas Osasco alterou sua posição no ranking ao longo da série histórica do levantamento. Em 2012, o município paulista ocupava a 16ª colocação. A ascensão para a 6ª posição, segundo o instituto, se deu "muito em virtude do ganho de participação das atividades de comércio, serviços de informação e atividades financeiras no período".
O instituto destacou, também, que em 2002, os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro somavam 19,0% do PIB do Brasil e, essa participação caiu para 16,2%. Tal queda distribuiu-se entre as atividades da indústria e dos serviços.
Sudeste lidera ranking
O levantamento mostrou, também, que 56% do PIB brasileiro em 2016 estava concentrado em 100 municípios. A região Sudeste liderava esse grupo, com 56 municípios entre os mais ricos do país.
A Região Norte ficou na lanterna do ranking, com apenas quatro municípios. O IBGE destacou que apenas as capitais de três estados desta região não estavam entre o grupo dos 100 municípios mais ricos: Rio Branco (AC), Boa Vista (RR) e Palmas (TO).
Maiores avanços e maiores recuos
O levantamento mostrou que Brasília foi o município com maior ganho de participação no PIB nacional - uma alta de 0,2 pontos percentuais na comparação com o ano anterior. Este avanço ocorreu devido à atividade de Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social. Em seguida, aparecem, todas com ganho de 0,1 p.p, as cidades paulistas de Osasco, Paulínia e São Paulo, além do município baiano de São Francisco do Conde.
As cinco maiores quedas absolutas foram influenciadas pela atividade de extração de petróleo e gás natural. Depois de Campos, outras duas cidades fluminenses, Cabo Frio e Maricá, juntamente com a cidade paulista de Ilhabela e a capixaba de Presidente Kennedy respondem pelas outras quatro principais quedas, todas de 0,1 p.p.
O IBGE destacou ainda que estes cinco municípios que tiveram as maiores quedas respondiam por 1,1% do PIB nacional em 2015, percentual que recuou para 0,6% em 2016.
A Bahia teve dois destaques positivos quando analisado o ranking de participação no PIB nacional. O município de Gentio do Ouro avançou 2.005 posições, beneficiado pela indústria de máquinas e equipamentos demandados para a construção de um complexo eólico. O segundo colocado em termos de avanço no ranking foi Tabocas do Brejo Velho, que viu aumentar sua arrecadação tributária com a importação de equipamentos para geração de solar.
(A.N)

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