Juiz deixou cargo por política
Suzy Monteiro 06/07/2018 20:54 - Atualizado em 09/07/2018 18:55
Um novo nome para uma nova maneira de fazer política: Assim se define o doutor em Ciência Política, Wilson Witzel, pré-candidato ao Governo do Estado pelo Partido Social Cristão (PSC). E para abraçar este objetivo, Witzel abriu mão de sua carreira de 17 anos como juiz federal: “Tenho uma indignação como cidadão e a certeza de que temos potencial para melhorar muito a situação de nosso estado”, afirma o ex-magistrado, que esteve em Campos na última quinta-feira, dentre uma série de visitas a municípios da região.
Witzel afirma que não consegue vislumbrar em outros pré-candidatos algum com condições de apresentar um programa de governo capaz de tirar o Estado do Rio da atual situação, com problemas em várias áreas, especialmente o financeiro e de segurança pública.
– Não vislumbro em nenhum deles um programa de governo executável para reconstruir a economia do Estado do Rio de Janeiro. E é esta nossa proposta. Quando decidi entrar para política me perguntei, “o que é mais importante: o cargo de juiz federal ou o futuro dos meus filhos?” Porque, da maneira que está, qual futuro eles terão? Por isso tomei a decisão e venho me preparando para este desafio. Pedi exoneração, como rege a Constituição. Não é uma candidatura aventureira e sim um projeto de cidadania – explica Witzel.
Ao analisar o fato de as – até então – principais lideranças do Estado estarem (ou terem estado) presos, como ex-governadores, presidente afastado da Assembleia Legislativa (Alerj) e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, Witzel diz que é hora de passar o estado “a limpo” e que isso reflete o quanto a política precisa ser mudada.
Sobre a Segurança Pública, o pré-candidato reafirmou que pretende acabar com esta secretaria, assim como muitas outras: “Queremos uma polícia que trabalhe de forma integrada, civil e militar, dando ênfase ao serviço de inteligência. Especificamente, a Polícia Civil tem um papel fundamental na redução da criminalidade. A Lava Jato começou como? Com um posto de combustível que era usado para lavar dinheiro. Queremos usar um modelo de Lava Jato no Rio de Janeiro. A investigação, através de uma força-tarefa, conseguirá descobrir onde está o dinheiro do tráfico e adentrar no núcleo do crime organizado. Vamos desarticular o trafico de drogas e dar mais segurança às famílias das comunidades, onde há muitas pessoas de bem”.
Biografia – Wilson Witzel é doutorando em Ciência Política, mestre em Processo Civil e professor de Direito Penal Econômico há mais de 20 anos, tendo passado por instituições como Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É casado e pai de quatro filhos.
Nascido em Jundiaí, aos 19 anos mudou-se para o Rio, onde foi fuzileiro naval e defensor público. Ingressou na magistratura em 2001 e foi juiz federal por 17 anos, atuando em varas cíveis e criminais, inclusive no combate ao crime organizado. De 2014 a 2016, Wilson exerceu o cargo de presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Ajuferjes).
O pré-candidato ao Governo pelo PSC visitou os municípios de Santo Antônio de Pádua, Miracema, Natividade, Rio das Ostras, entre outros. Ele disse que as visitas têm sido para ouvir as demandas da população e elaborar seu plano de governo. 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS