Delfim Netto é alvo de operação
09/03/2018 21:12 - Atualizado em 12/03/2018 15:49
O ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal Antônio Delfim Netto foi alvo da operação Buona Fortuna, na 49ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira. De acordo com as investigações, Delfim é suspeito de receber 10% da propina paga por construtoras que atuaram na obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Segundo as investigações, o ex-ministro Antonio Palocci era o porta-voz do governo federal no recebimento de propina, que também beneficiaria aos partidos PT e PMDB.
O Ministério Público Federal (MPF) apontou que pagamentos também eram feitos em dinheiro vivo e em depósitos a empresas de Luiz Appolonio Neto, sobrinho de Delfim, que também foi alvo da ação.
Delfim Netto teria recebido R$ 15 milhões do Consórcio Norte Energia (composto pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli), por meio de contratos fictícios de consultoria. Além dos 10% remetidos ao ex-ministro, o consórcio teria enviado propina aos partidos PMDB e PT. Segundo o MPF, cada um dos partidos recebeu 45% dos valores.
O grupo de empresas pode ter sido favorecido no leilão de concessão de Belo Monte por agentes do governo federal. O MPF usou informações obtidas pelos acordos de leniência firmados com a Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, além da quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico. No caso da Odebrecht, os pagamentos direcionados a Delfim Netto vinham com o codinome professor.
A defesa de Delfim Netto informou em nota que o cliente não ocupa cargo público desde 2006 e não cometeu nenhum ato ilícito em qualquer tempo. A de Luiz Appolonio Neto refuta “veementemente” as acusações. PT, PMDB e a defesa de Palocci não comentaram. (A.N.)

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