Ompetro emite nota oficial sobre o Repetro
12/03/2018 20:55 - Atualizado em 12/03/2018 22:58
A Organização dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás da Bacia de Campos (Ompetro) emitiu nota oficial alertando os deputados estaduais, em especial os da região, para que não votem a favor do Projeto de Lei 3660/2017, do Deputado André Ceciliano (PT), que deseja restringir o alcance do Repetro no Estado.
Aprovado no final do ano passado no Congresso Nacional, o Repetro, regime aduaneiro especial para o setor de petróleo e gás natural, foi estendido até 2040. Ele garante isenção ou redução tributária nas fases de exploração, produção e desenvolvimento.
O projeto de lei do deputado petista quer restringir, no estado do Rio, o alcance do Repetro somente à  fase de exploração de petróleo e gás natural, eliminando os benefícios do regime para as fases de produção e desenvolvimento. A intenção do Projeto de Lei é diminuir as isenções tributárias e aumentar a arrecadação do estado.
Como os outros estados, em especial Espírito Santo e São Paulo, manterão integralmente o Repetro, o tiro do deputado da Alerj sairá pela culatra, com o Rio perdendo competividade, empregos e arrecadação para os seus vizinhos. Mais uma péssima notícia, se aprovado o projeto, para a combalida economia fluminense.
Confira abaixo a nota oficial da Ompetro:
NOTA OFICIAL
Os Municípios Produtores de Petróleo e Gás da Bacia de Campos vem a público emitir nota oficial acerca da internalização do REPETRO e das iniciativas legislativas acerca do tema, em especial Projeto de Lei n. 3.660/2017 - ALERJ.
O REPETRO é um regime aduaneiro especial que beneficia a indústria depetróleo e gás, e que recentemente teve sua vigência estendida até 2040.
Em que pese a concordância ou não com a referida prorrogação, ela já ocorreu, permitindo que os Estados promovam suas respectivas adesões, como o Estado de São Paulo que já o fez.
Considerando tal situação, a não adesão seria uma flagrante desvantagem para o Estado do Rio face aos demais que já aderiram. O Governador do Estado do Rio de Janeiro promoveu, por Decreto, a referida adesão.
Ocorre, porém, que o Projeto de Lei de n. 3.660/2018 pretende revogar a adesão feita por Decreto do Governador do Estado, para promover adesão ao REPETRO de maneira parcial, considerando apenas as atividades de exploração petrolífera, deixando de alcançar a fase de desenvolvimento.
Em que pese a discussão sobre a adesão ter sido por Decreto quando deveria ter sido por Lei, o ponto em questão é a adesão com modificações, o que teria um potencial inimaginável de prejudicar a indústria de petróleo e gás em nosso Estado. O maior investimento está exatamente na fase de desenvolvimento da produção de petróleo, e uma vez não havendo a adesão completa ao REPETRO, isso levaria o Estado do Rio a uma flagrante desvantagem para outros Estados da Federação, especialmente os vizinhos São Paulo e Espírito Santo, que além de já terem aderido ao regime diferenciado em questão, mostram grande poder de mobilização e organização administrativa.
Não nos compete adentrar às competências da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, entretanto, nos cabe conclamar os Deputados Estaduais para que reflitam mais profundamente sobre o tema, analisando números e dados concretos que mostram os valores que podem ser gerados para o Estado e municípios do Rio com a adesão integral do REPETRO, e o quanto que a perda de competitividade com outros Estados poderá trazer de prejuízos para todos nós.
Sabemos das inúmeras dificuldades financeiras que atravessa o Estado do Rio, pois os Municípios aqui representados sofrem dia após dia com a crise do setor, e nos colocamos na trincheira de batalha para buscar saídas para a tempestade que vivemos, todavia, não podemos fazer isso pondo em risco amanutenção e ampliação da indústria de petróleo e gás em nosso Estado.
Campos dos Goytacazes, 12 de março de 2018.
Organização dos Municípios Produtores de Petróleo e Gás da Bacia de Campos

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Christiano Abreu Barbosa

    [email protected]