Câmara sem quórum para sessão pela terceira vez
Suzy Monteiro 11/10/2017 23:13 - Atualizado em 16/10/2017 19:12
Câmara Municipal
Câmara Municipal / Antônio Leudo
Pela terceira sessão seguida, a Câmara Municipal de Campos não obteve quórum suficiente para ser iniciada nessa quarta-feira. Nem mesmo o vereador Thiago Virgílio (PTC), que terça-feira reclamou bastante da falta de sessão, estava presente na hora da chamada. Mais tarde, ele fez vídeo dizendo que a situação é “vergonhosa”. Porém, se todos os vereadores de oposição estivessem presentes a sessão teria ocorrido normalmente.
O vice-presidente José Carlos (PSDC) fez a chamada, mas havia apenas 10 vereadores: Além dele, compareceram Fred Machado (PPS), líder do governo, Jorginho Virgílio (PRP), Roberto Pinto (PTC), Abdu Neme (PR), Enock Amaral (PHS), Igor Pereira (PSB), Thiago Ferrugem (PR), Linda Mara (PTC) e Genásio (PSC) estiveram presentes.
Thiago Virgílio (PTC), que não estava na hora da chamada, postou um vídeo junto com a vereadora Linda Mara, no plenário da Câmara, falando sobre o problema dos familiares de pacientes de Home Care. Ele se disse envergonhado por não haver sessão uma vez. E ainda listou problemas que seriam discutidos: Além do Home Care, pagamento de RPAs e transporte público.
O vereador disse que as sessões nunca começam às 17h e que a falta de quórum era uma manobra do governo para evitar o debate de temas importantes.
Terça-feira, o presidente Marcão argumentou que, se todos os vereadores de oposição estivessem presentes, teria tido sessão. Só compareceram Linda Mara, Miguelito e o próprio Thiago Virgílio.
- Se todos os vereadores de oposição tivessem comparecido, teria quórum.
Em contato por telefone, Thiago Ferrugem classificou de “conversa fiada” a alegação do presidente de que a sessão não ocorreu porque a oposição não estava presente: “Todos os dias, o presidente abre a sessão 17h30, 18h. Eu estava em um evento da Prefeitura no Trianon, a convite da presidente da FMIJ, Suellen André de Souza, como ex-presidente da Fundação. Às 17h15, 17h20 no máximo estava na Câmara, encontrei a vereadora Josiane no elevador e recebemos a informação de que não houve sessão. Foi uma manobra sim para evitar discussões importantes”, afirmou Thiago Ferrugem.
Nessa quarta, Ferrugem esteve presente, como prometera no dia anterior. Mas, de oposição, só havia, além dele, Linda Mara no momento da chamada.
Segundo levantamento feito pelo Legislativo a pedido do blog Na Curva do Rio, de janeiro a outubro do ano passado, 17 sessões deixaram de ser realizadas. Este ano, com a desta quarta, foram cinco no mesmo período.
Em 2016 também não faltaram assuntos importantes para serem discutidos. Foi assim, por exemplo, entre março e início de abril, logo depois da divulgação dos nomes do casal Garotinho e da filha Clarissa na lista da Odebrecht. Quatro sessões consecutivas foram esvaziadas até que a poeira do escândalo tivesse baixado. Quando voltou às atividades, a justificativa foi que o horário, 8h30, era muito cedo e alguns vereadores estavam reclamando. As sessões mudaram para 10h30, mas não adiantou. A falta de sessão continuou a ser constante, em geral seguindo o noticiário de escândalos locais e nacionais.

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