PF pede investigação de Rosinha
Aldir Sales 09/10/2017 22:43 - Atualizado em 16/10/2017 19:09
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Rosinha afirmou que promotor é ENTITY_quot_ENTITYchefe de quadrilhaENTITY_quot_ENTITY / Paulo Pinheiro
A Corregedoria Regional da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro concluiu que o delegado Paulo Cassiano não cometeu irregularidades na condução da operação Chequinho, que investiga um suposto esquema de troca de votos pelo Cheque Cidadão na última eleição municipal em Campos, e ainda pediu a instauração de um inquérito para investigar a ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR) por denunciação caluniosa. Durante o processo, o grupo liderado pelo ex-governador Anthony Garotinho, condenado a 9 anos e 11 meses de prisão como “comandante do esquema criminoso”, acusou repetidas vezes Cassiano de constranger testemunhas e até de tortura durante depoimentos, o que foi afastado pelo procedimento interno.
Além do próprio delegado, os corregedores da PF também ouviram outros policiais federais da delegacia de Campos, testemunhas da investigação e tiveram acesso aos documentos do inquérito. O procedimento concluiu que não houve nenhuma tortura ou coação de testemunhas e que os advogados dos réus não tiveram dificuldade de acesso aos autos. O relatório também aponta que não aconteceu nenhuma “aliança política, jurídica, partidária e midiática” para prejudicar o grupo do Garotinho, como foi dito na denúncia.
Desde o início das investigações, Garotinho e Rosinha vêm repetindo o mantra de perseguição política contra o ex-secretário de Governo de Campos e atacando autoridades do processo, entre eles, além de Cassiano, os juízes Ralph Manhães e Glaucenir Oliveira e o promotor Leandro Manhães.
Em uma de suas postagens em seu blog direcionado às autoridades, no dia 9 de Anthony Garotinho deu publicidade à famosa “teoria da conspiração”. “Até as paredes do fórum de Campos dos Goytacazes sabem a verdade da Operação Chequinho. Uma ação política, midiática, judicial com intenção de interferir no resultado da eleição em Campos e impedir o avanço nas investigações sobre figuras do Judiciário fluminense envolvidas em diversos esquemas ilícitos”, disse Garotinho, acrescentando sobre o delegado: “Responde na Corregedoria da Polícia Federal sobre vários procedimentos que adotou neste caso, como por exemplo, obtenção depoimentos à base de tortura psicológica, constrangimento de testemunhas, uso de seu telefone funcional par pedir votos ao candidato Rafael Diniz e outros”.
No entanto, a corregedoria não encontrou nenhum indício de abuso na condução das investigações e pediu para que Rosinha, que assinou a petição, seja investigada por denunciar o delegado sabendo que ele era inocente. A pena para este crime é de dois a oito anos de prisão e multa.
A equipe de reportagem tentou contato com Rosinha e Anthony Garotinho, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Habeas corpus de Garotinho “prejudicados”
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) julgou ontem, por unanimidade, prejudicados dois habeas corpus impetrados por Anthony Garotinho que pretendia trancar a ação penal em que o réu já foi condenado por corrupção eleitoral, repetida 17.515 vezes, associação criminosa, supressão de documento e coação no curso do processo. O ex-governador queria travar a ação até que fosse julgada a suspeição do juiz Ralph Manhães, então titular da 100ª Zona Eleitoral (ZE) de Campos. No entanto a ZE foi extinta na semana passada, como parte do processo de rezoneamento do TRE e o processo remetido à 76ª Zona Eleitoral, que tem como titular o juiz Ricardo Coimbra da Silva Starling Barcellos. Além disso, a ação penal já foi julgada em primeira instância.
Em decisão monocrática anterior sobre o mesmo habeas corpus, a desembargadora Cristina Serra Feijó relatou que o réu tentou “impedir, a todo custo, que o juiz possa exercer o seu ofício, concluindo o julgamento da causa” com diversas trocas de advogados.

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