Pacientes renais vivem impasse
Daniela Abreu 06/10/2017 22:25 - Atualizado em 16/10/2017 18:15
Desde que assumiu a Prefeitura de Campos, a atual gestão tem feito um levantamento da real situação administrativa do município. Em dez meses de governo, novos problemas surgiram. O mais recente aponta uma dívida de R$ 2.126.732,50, acumulada desde outubro de 2015, com a Clínica Pró-Rim, que oferece tratamento à pacientes renais de média e alta complexidade. O assunto foi levado à Defensoria Pública da União, pela Associação dos Renais e Transplantados do Estado do Rio de Janeiro (Adreterj), e representantes da Saúde de Campos foram convocados para uma audiência, já que o serviço corre o risco de ser interrompido.
A Clínica Pró-Rim é responsável pelo atendimento hospitalar e ambulatorial de cerca de 70 pacientes em estado agudo, que dependem de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e atendimentos emergenciais e diálise.
Segundo o presidente da Adreterj, Gilson Nascimento, a falta de pagamento teve impacto negativo na clínica que está com dificuldade de pagar fornecedores, insumos e equipe técnica e de serviços.
— A falta de crédito junto aos fornecedores para adquirir insumos e o atraso no pagamento dos funcionários pode interromper, involuntariamente, o tratamento dos pacientes que estão internados. Isso pode levar a uma fatalidade — destacou Gilson ao salientar que há riscos desses pacientes deixarem de ser atendidos porque a Prefeitura não teria pagado esse tipo de terapia, por haver entrave judicial.
A Defensoria Pública da União convocou para terça-feira uma reunião entre os municípios devedores, dentre eles Campos, e as clínicas que atendem pelo SUS.
Em nota, a Prefeitura disse que trata-se de uma dívida deixada pela gestão anterior. O secretário da Transparência e Controle, Felipe Quintanilha, informou que “este ano foi realizada uma reunião com representantes do Pró-Rim, onde o município tomou conhecimento da dívida, que não tem empenho (que deveria ter sido realizado pela gestão passada), o que contraria a legislação vigente. O município vive uma crise, atualmente, acelerada pela queda de arrecadação e, também, por essas dívidas deixadas pela gestão passada. Em virtude do repasse da Participação Especial ter vindo abaixo do previsto, o município teve que reavaliar o cronograma de pagamentos, portanto, o último repasse, referente a julho e vencido em agosto, aos hospitais contratualizados, foi de 50% do valor. De janeiro a junho, todos os repasses municipais foram efetuados em dia. A unidade recebe recursos do Ministério da Saúde, através do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec). Os repasses federais estão em dia, inclusive o do mês de setembro. O município ainda não foi informado sobre a reunião de terça-feira (10)”, dizia a nota.

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