Construção civil tenta reação
Dora Paula Paes 22/05/2017 09:55 - Atualizado em 24/05/2017 15:26
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O setor da construção civil ainda patina na crise em todo país. Em Campos, a expectativa é por melhora nos próximos meses. Por enquanto, ainda falta fôlego financeiro para a iniciativa privada e no governo municipal, com déficit para fechar as contas mensais, pouco está sobrando para abrir novos canteiros de obras. No meio de todo esse prognóstico, uma boa notícia: a Caixa Econômica Federal assinou, na última sexta-feira, contratos com duas empreiteiras para investimentos de R$ 110 milhões e a possibilidade de empregar mais de 300 trabalhadores em três novos empreendimentos.
Entre os projetos está o Residencial Novo Horizonte para a construção de 225 unidades habitacionais, com financiamento imediato através da Caixa. O empreendimento será localizado no bairro Aeroporto, em Guarus. Os outros dois projetos são prédios de apartamentos: Edifício Pleno e o Edifício Vivant. Eles estão localizados na área central do município e contarão com 102 e 68 unidades, respectivamente. O Edifício Pleno já está pronto para morar e o Edifício Vivant tem previsão de obras de 24 meses, ambos financiados pela Caixa aos mutuários.
Os volumes de negócios investidos movimentarão a economia da região, gerando também empregos diretos. Os empreendimentos atenderão a todas as faixas de renda.
Na assinatura do contrato, o superintendente da Caixa, Denis Matias, ressaltou a importância da parceria. “A Caixa está cumprindo sua missão ao realizar contratos com parceiros de tradição que sempre cumprem com suas obrigações no prazo, contribuindo desta forma com a redução do déficit habitacional da região”, afirmou.
Ainda segundo, Matias já se percebe o gradual reaquecimento da economia, especialmente no setor imobiliário de Campos. “Em comparação ao primeiro quadrimestre de 2016, o referido período em 2017, trouxe crescimento de 100% no volume de financiamentos na Caixa na região Norte Fluminense. De janeiro à abril de 2016 foram destinados cerca de R$ 65 milhões para o financiamento imobiliário às pessoas físicas, já em 2017 neste mesmo período o valor foi de R$ 127 milhões, com mais de mil imóveis financiados. Para os próximos meses o cenário se mostra animador. Neste momento encontram-se em análise na Caixa empreendimentos que totalizam cerca de R$ 400 milhões em VGV (Valor Global de Vendas) com mais de 2 mil unidades. Tais dados reforçam o apetite das construtora para a realização de novos lançamentos”, disse.
— Estamos em fase de análise com outros empreendimentos na região, programados para assinatura de contrato no segundo semestre deste ano — disse Jorge de Andrade, gerente regional de construção civil.
Imobiliárias estão ativas no momento
Com grande oferta para venda e aluguel o setor imobiliário não está parado. Ainda nesta semana, entre os dias 25 e 27, estará sendo realizado, em parceria com a Caixa, mais um Feirão da Casa Própria, com mais de mil unidades com descontos, taxas e parcelas para caber no bolso do mutuário. O evento será realizado na Praça São Salvador, no Centro da cidade.
Denis Matias
Denis Matias/Folha da Manhã
O presidente do sindicato da Construção Civil, Francisco Roberto de Siqueira reconhece a grande oferta de imóveis para venda e aluguel no município.
— Já o setor da construção civil não tem nenhum lançamento previsto por agora. Tem empreiteiras concluindo obras já iniciadas. Esse anúncio da Caixa é bom, já que o setor respira com dificuldade e a incerteza econômica com a atual política é grande. O governo municipal ainda está se organizado, sem recurso para iniciar novos canteiros de obras. Mas esperança tem que ter sempre — disse Francisco Roberto. 
Trabalhador torce por melhoras no setor
O presidente do sindicato dos trabalhadores da Construção Civil, José Eulálio, diz que notícia positiva para o setor é boa. “O empresariado ainda está trabalhando com muita cautela. Então notícias positivas sempre revigoram os ânimos”, disse ele ao comentar esses contratos da iniciativa privada com a Caixa Econômica Federal que poderão significar a abertura de mais de 300 empregos diretos.
— Não percebemos recuperação do setor em relação a abertura de novas obras. Continuamos registrando demissões, mas em menor escala, o que é bom. O sindicato acompanha esse movimento em Campos e temos muitos currículos guardados — ressalta Eulálio, lembrando de obras paradas do próprio governo federal, como o prédio da Universidade Federal Fluminense.
De acordo com os últimos números divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, em abril o crescimento foi de 59.856 postos de trabalho, equivalente a uma variação positiva de 0,16% em relação ao estoque do mês anterior. Foram 1.141.850 admissões e 1.081.994 desligamentos, no país.
Sete dos oito setores de atividade econômica apresentaram crescimento no nível de emprego. A Construção Civil, mesmo apresentando saldos negativos (-1.760 postos ou -0,08%), teve desempenho bem melhor do que o de abril do ano anterior (-16.036 postos). Os outros foram: Serviços (+24.712 postos ou variação relativa de +0,15%), Agricultura (+14.648 postos ou +0,95%), Indústria de Transformação (+13.689 postos ou +0,19%) e Comércio (+5.327 postos ou +0,06%). 

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