PF dá início à transferência de Cabral para Curitiba
10/12/2016 11:12

Viaturas da Polícia Federal (PF) já deixaram o Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, para realizar a transferência do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso. No trajeto que levou aproximadamente 30 minutos, Cabral saiu de Bangu em um comboio de três carros para a base aérea do Galeão, onde irá embarcar para Curitiba. A estimativa é que o ex-governador chegue a Curitiba às 15h.

Em imagens aéreas, Cabral, de camisa branca, foi filmado se despedindo de pessoas dentro do presídio. No momento em que deixava a penitenciária, Cabral foi vaiado e chamado de "ladrão" por pessoas que aguardavam para visitar internos.

O juiz federal Marcelo Bretas decidiu pela transferência do ex-governador depois que o promotor André Guilherme Freitas, das Promotorias de Justiça de Execução Penal do RJ, do Ministério Público estadual, denunciou que Cabral estava recebendo na Cadeia Pública José Frederico Marques visitas de amigos e familiares sem que eles estejam cadastrados na Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap). A informação foi divulgada com exclusividade pela Globonews.

"Estava recebendo visitas de forma ilegal. Visita de parlamentares e até mesmo de familiares em descumprimento às regras de visitação. Isso fere o princípio da igualdade. Eu tive o cuidado de agrupá-los e enviá-los ao juiz federal para que ele tivesse conhecimento do que estava acontecendo", disse o promotor André Guilherme de Freitas, do Ministério Público do RJ.

Em seu ofício ao juiz Bretas, o promotor comunica que a visita ao ex-governador está ocorrendo de forma "irregular e ilegal". Para chegar a essa conclusão, o promotor colheu informações de visitantes e da Seap.

"O referido réu está recebendo visitas de familiares e pessoas amigas em desconformidade com resolução que limita a um único credenciamento", informa o documento. As regras são semelhantes a parentes.

O documento ainda relata que autoridades públicas devem visitar o ex-governador no exercício de suas funções, o que, segundo descobriu o promotor, não vem acontecendo.

Cabral está preso desde o dia 17 na cadeia pública José Frederico Marques. Sua prisão fez parte da Operação Calicute, da Polícia Federal e Ministério Público Federal, que apura desvios em obras do governo estadual. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões. Além de Cabral, dez pessoas foram presas no dia da operação. Na terça-feira (6), a advogada Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, também foi detida.

A operação Calicute foi deflagrada a partir de investigações da Polícia Federal e de uma Força-tarefa do Ministério Público Federal do RJ. De acordo com as investigações, Cabral era o cabeça do esquema de corrupção e de recebimento de propina, que envolvia obras da Andrade Gutierrez.

Fonte: G1
Foto: Reprodução 

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