Arnaldo Neto
Foto: Carlo Wrede/Agência O Dia

A briga pelo governo do Rio de Janeiro quase saiu do terreno eleitoral para um enfrentamento corporal entre militantes do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e do candidato Anthony Garotinho (PR). O caso mais extremo, até o momento, foi registrado no calçadão de Bangu, Rio de Janeiro, na última quarta-feira (24). Antes, na terça-feira (23) à noite, quando o governador cumpriu agenda de campanha na Baixada Campista, em Campos, a tensão era grande quanto a um possível enfrentamento. Policiais militares que acompanhavam a caminhada e uma reunião em Goitacazes afirmaram que souberam de um possível grupo de adeptos ao candidato do PR, que poderia estar se mobilizando para ir ao local. Entretanto, nenhuma confusão foi registrada.

Já em Bangu, houve bate-boca, empurra-empurra e troca de ofensas durante o ato de campanha de Pezão. O peemedebista disse que a atitude dos cabos eleitorais de Garotinho, que o cercaram e iniciaram a provocação, reflete o “desespero” do adversário, por conta da pesquisa Ibope, divulgada na terça, que o coloca na liderança da corrida ao Palácio Guanabara.

De acordo com o jornal O Dia, na quarta-feira a confusão começou às 17h30, quando cerca de 40 cabos eleitorais de Garotinho se reuniram no local onde estava marcado o ponto de encontro para a caminhada de Pezão. Dois carros de som da campanha de Garotinho também estacionaram no calçadão para competir em altura com os outros dois do peemedebista. Uma hora depois, com a chegada de Pezão, os cabos eleitorais de Garotinho o cercaram.

Para Pezão, a atitude dos seguidores de Garotinho aconteceu devido à última pesquisa de divulgada pelo Ibope. “Os adversários estão desesperados. Achavam que eu não passaria de 10%. Teve um, há vinte dias, que falou que ganharia no primeiro turno”, disse, referindo-se a Garotinho. O candidato do PR, até o fechamento desta edição, não se posicionou quanto às atitudes da sua militância, nem com relação às declarações de Pezão.

Mais violência — Uma equipe de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Belford Roxo foi agredida com pedras, por populares e cabos eleitorais de um deputado estadual, candidato à reeleição pelo PMDB, na última terça. O carro da equipe também foi chutado e os adesivos arrancados. Segundo a assessoria do TRE, fiscais estavam cumprindo um pedido de busca e apreensão do Ministério Público Eleitoral (MPE). No local, foram encontrados três tratores fazendo o recapeamento da rua, um panfleto com o slogan “Asfalto na porta”, com foto do candidato, além de placas dele ao longo da rua. Os tratores foram lacrados, o material apreendido e a agressão registrada na delegacia. O relatório da operação será encaminhado ao MPE, a quem cabe propor as ações que julgar necessárias.

No Rio, o TRE chegou a pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tropas federais, mas o pedido foi negado, já que o Governo Estadual informou que não havia necessidade.