Empreendedorismo nas escolas
Kíssila Santos
 
 
Aproveitando este espaço para desejar a todos os Professores um feliz dia 15 de Outubro, data em que se celebra o dia do Mestre. É preciso reforçar que nesta celebração não muitos motivos temos a celebrar, pela falta de perspectivas de valorização profissional que, com tanta dedicação e afinco, em todos os níveis, se entregam para repartir conhecimento, em todos os níveis de ensino.
E por falar em conhecimento, desde 2020, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) conferiu novas orientações para o currículo dentro de dez anos subsequentes e, dentre elas, se encaixa a disciplina de Empreendedorismo para toda a Educação Básica, mais precisamente no Ensino Médio. Por este motivo, o papel do professor se amplia, devendo ser mais que um tutor de atividades, mas também um descobridor de talentos, dando espaço para que o educando possa ter ideias a fim de implementá-las no mercado de trabalho.
O empreendedorismo encontra-se elencado nas competências específicas de número 5 da BNCC, podendo estar inclusive, inserido em atividades extracurriculares, bem como uma das finalidades para o Ensino Médio contemporâneo. Ensinando o aluno a inserir suas criações em forma de modelo de negócio ou de planejamento estratégico, por exemplo, consequentemente deve-se preencher como um dos tópicos de aula a importância de não se copiar invenções, marcas e textos de outros criadores. Dessa forma, abre-se a temática para se falar em Propriedade Intelectual nas escolas, inserindo a cultura de proteção de bens intelectuais, ainda que de forma introdutória.
Para tanto, o professor e a coordenação de ensino, por meio de palestras, workshops e feiras pode e deve introduzir os conceitos de plágio, de marcas, patentes e direitos autorais como tópicos comuns na vida do aluno empreendedor, que certamente estará preparado e se destacará no mercado em relação aos concorrentes que vierem a surgir, mas que não foram ensinados da importância de se valorizar seus bens intangíveis fazendo seu registro e não praticar a pirataria.
A China é um exemplo a ser seguido: desde 2015, Pequim enfatizou a educação em Propriedade Intelectual como parte de uma estratégia nacional para se tornar líder em tecnologia, de acordo com um relatório transmitido na China Global TV (CGTV). A China enfatiza a educação em direitos de Propriedade Intelectual a partir da escola primária e a cada ano que se passa, maior é o crescimento econômico no país: O número de patentes de invenção válidas, pertencentes à parte continental da China, ultrapassou 3 milhões, com uma proporção crescente no campo de tecnologias digitais, disse a Administração Nacional de Propriedade Intelectual no último domingo.
Quanto mais falarmos em Educação voltada para o Empreendedorismo, mais rápido será o progresso do país, desde que haja investimentos nas escolas e universidades, na corrida tecnológica mundial para além da categoria das commodities.
Obs. Agradeço a participação no programa Folha Interação na última semana com Marco Antonio e Alfredo Dieguez para contribuir para a cultura da inovação em nosso Município.

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    Sobre o autor

    Kíssila Santos

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    Mestre em Propriedade Intelectual pelo PROFNIT / Instituto Federal Fluminense; membro da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual, bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes, consultora em Marcas, Patentes e Direitos Autorais