MNU faz 40 com ação o ano todo
Daniela Abreu 01/06/2018 12:37 - Atualizado em 01/06/2018 19:20
Movimento Negro Unificado
Movimento Negro Unificado / Divulgação
O Movimento Negro Unificado (MNU), em Campos, foi fundado no dia 7 de julho de 1978 e completa 40 anos este ano. Para comemorar o ano do quadragésimo aniversário, a coordenação resolveu fazer uma série de atividades. A primeira aconteceu em março. O “Vozes que ecoam” tratou os assuntos voltados para a realidade da mulher negra. Em maio, o Grupo de Trabalho (GT) LGBT abordou as questões pertinentes à comunidade negra homossexual e com evento marcado para o próximo mês. Já no mês de junho é a vez do projeto Quilombinho, que visa trabalhar, com interdisciplinaridade e de forma lúdica, a identidade negra das crianças que acompanham os pais nas atividades do MNU.
A coordenadora regional do movimento, Mannu Ramos, explicou que o MNU tem a premissa da formação política de base, não só com filiados mas também em escolas, como está sendo com os trabalhos com o Colégio Estadual Constantino Fernandes.
— A gente entende que todos nós, às vezes mesmo inconsciente, somos seres políticos. Muitos movimentos ganharam corpo só nas universidades. A ideia do MNU Campos, desde o início, era não ter foco só em pessoas com formação acadêmica, mas focar em gente como a gente, pessoas que sofrem com o racismo todos os dias e muitas vezes não conseguem entender. Sabe que foi discriminada por um motivo, mas não entende a estrutura — explicou.
A coordenadora geral do MNU, Jéssica de Oliveira, coordena também o projeto Quilombinho e explicou que vendo o não cumprimento das leis 10.639 e 11645, que tratam da obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” nas escolas, esboçou a ação com os filhos dos filiados, com o objetivo de construir identidades. “Nosso intuito é que pessoas negras não se vejam como uma pessoa ruim ou errada, pelo seu tom de pele. Que a nossa pele negra é carregada de muito simbolismo, de muita história que tem a ver com a nossa cultura ancestral, que foi inferiorizada, mas não é inferior. A ideia do MNU é ressignificar sempre, para fazer com que a gente entenda nossa identidade como algo positivo. A partir desse momento, a gente consegue brigar por políticas públicas e por tudo que precisamos para sermos sujeitos da nossa própria história”, explicou.

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