Tradição de Corpus Christi reúne fiéis em Campos e SJB
Bárbara Cabral e Verônica Nascimento 31/05/2018 15:11 - Atualizado em 04/06/2018 13:27
Crianças, jovens e adultos unidos a contrates de cores tomaram as ruas da área central de Campos nesta quinta-feira (31). A razão foi a tradicional confecção dos tapetes de Corpus Christi, que já chega ao seu 49º ano, em Campos. Mesmo com a falta de alguns materiais, devido à greve dos caminhoneiros, desde as primeiras horas da manhã, alunos das escolas campistas e também membros das pastorais da Diocese de Campos se reuniram para reforçar, por mais um ano, a tradição católica. Para assegurar o trabalho, a Guarda Civil interditou as ruas Carlos de Lacerda (na altura da Praça Tiradentes), Governador Theotônio Ferreira de Araújo, Barão de Miracema, Tenente Coronel Cardoso, Visconde do Rio Branco, além das avenidas Sete de Setembro, Rui Barbosa, Alberto Torres e XV de Novembro. Continuando os festejos, uma procissão saiu da praça Tiradentes e seguiu pelas ruas da área central, finalizando com uma missa, que aconteceu na igreja do Santíssimo Salvador. 
Como conta Deka Neto Manhães, coordenadora da Pastoral da Educação da Diocese de Campos, a tradição da confecção de tapetes teve início em Goitacazes, na década de 70, e só veio para o Centro com a vinda do Bispo Dom Carlos Alberto Navarro. “No princípio esse trabalho era feito com bagaço de cana, fornecidas pelas usinas de Campos, depois começamos a trabalhar com sal e, em 2012, demos início aos tapetes sustentáveis”, contou.
Deka ainda relata que os trabalhos para esta quinta começaram desde a noite de quarta-feira (30), com a marcação dos tapetes e delimitação dos espaços a serem interditados. Segundo ela, com a greve dos caminhoneiros, alguns dos principais materiais usados para a confecção dos tapetes, como o calcário e pó de serra, não foram entregues. “Ficamos sem a matéria prima para fazer nossos tapetes, então estamos confeccionando com aquilo que podemos. Areia, pó de café, usando a criatividade. E é lindo ver o esforço dos jovens para fazer com que tudo aconteça da melhor forma possível”.
Igor Martins, de 16 anos, da Paróquia de São José, foi um dos que, mais uma vez, não deixou de colocar a mão na massa durante a manhã. “Essa tradição é muito bacana. Além de ser um ato de amor a Deus, é uma forma de união, a gente acaba fazendo novas amizades”, disse.
Um dos diferenciais deste ano foi a montagem de um rio de peixes, confeccionado pelas escolas e creches do município. A professora Eliete Bragança, que também faz parte da Pastoral da Diocese de Campos, falou sobre o projeto.
— Esses peixes foram entregues ainda em sala de aula pelas crianças. Este é o ano do Laicato, então, essa confecção em sala de aula foi uma forma, também, de trabalhar essas lições. O peixe é um símbolo eucarístico, um símbolo do cristianismo. Alguns apóstolos de Cristo eram pescadores, os primeiros cristãos já incluíam o peixe entre os símbolos de suas crenças. Os peixes nos lembram que devemos sempre mergulhar na graça de Cristo e na vida divina trazida a nós pela água do batismo, que deu início à nossa vida cristã — contou Eliete.
A procissão de Corpus Christi, conduzida pelos bispos Dom Roberto Francisco Ferrería Paz e Dom Fernando Rifan, que começou por volta de 16h, foi acompanhada por milhares de fiéis que contemplavam o Santíssimo exposto. A ato de fé percorreu diversas ruas da cidade, inclusive, parando em frente aos hospital Beneficência Portuguesa, para uma bênção aos enfermos.
SJB - Em São João da Barra, a confecção dos tapetes de Corpus Christi teve início às 18h de quarta-feira (30). A festa tem a participação das irmandades, pastorais, grupos jovens e do Grupo de Oração da Paróquia São João Batista. Nesta quinta, a celebração começou com missa às 9h, na Igreja Matriz. Na avenida Joaquim Thomaz Aquino Filho, no Centro de SJB, desde a manhã era possível ver os diversos tapetes colorindo o centro do município.
Fotos: Bárbara Cabral, Paulo Pinheiro e Antônio Leudo

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