Comunidade resgata Festa do Divino
11/05/2018 21:49 - Atualizado em 15/05/2018 14:00
Messias Correa - Divulgação
Neste domingo (13), na cidade de Varre Sai, a Paróquia de Nossa Senhora das Graças, da Administração Apostólica São João Maria Vianey, realiza a tradicional Festa do Divino Espírito Santo. A programação começa com a procissão saindo da Capela Nossa Senhora Aparecida, às 9h, com destino a Matriz Nossa Senhora das Graças para a celebração da missa e o desfile de máquinas agrícolas.
Tomé Peregrini recorda a tradição iniciada há 30 anos pelo Padre Antonio de Siqueira que realizou duas festas do Divino na cidade. Desde, então, a festa ficou apenas na lembrança dos moradores.
Na ocasião, Tomé foi Imperador. Atualmente, a Imperatriz e o Imperador são sua filha e seu sobrinho, mantendo na família a preservação desse legado cultural e religioso.
— Ainda guardo na lembrança o dia que fui Imperador na Festa do Divino. Já faz mais de 30 anos. Eu fui o último, ainda com o Padre Antonio Siqueira. Ano passado, minha filha, Iolanda Filomena Grilo Pelegrini, foi a Imperatriz, e meu sobrinho, Miguel Tobias Medeiros Pelegrinio, o Imperador da festa. Senti uma alegria muito grande em poder fazer parte dessa história — disse Tomé Pelegrini.
É uma tradição que mobiliza a cidade e atrai visitantes de toda a região. Os preparativos começaram dias antes com a bênção e envio das Bandeiras do Divino, que visitam as casas dos moradores. Nesses dias, a Bandeira do Divino visita as casas e cada família amarra uma fita ao mastro e elas são queimadas em uma grande fogueira no final da festa.
Na opinião do cantor Toni Rampazzio, o resgate e a preservação da cultura são importantes para a cidade. A tradição religiosa é muito forte na cidade e a Festa do Divino tem grande apelo religioso e popular.
— Em uma era onde pessoas vivem de vídeos e fotografias do mundo digital, nada melhor do que presenciarem estas relíquias culturais. A Festa do Divino é de origem lusitana e foi se expandido por vários estados brasileiros. Aqui em Varre-Sai, o saudoso Padre Antônio Alves de Siqueira foi um grande incentivador para continuar esta tradição. A festa ficou durante um bom tempo esquecida, mas agora voltou com força total. É importante vivenciar este momento religioso e cultural, que traz informações aos jovens desconhecedores. É como abrir um livro de história e representar ao vivo — ressalta Toni.
Messias Correa - Divulgação
Já Lucimere Moraes Tupini diz que “a religiosidade do povo é grande! A maioria é descendente de italianos! Seguimos com fervor as comemorações da igreja católica. Quanto a Festa do Divino, começa com visita da Bandeira do Divino em todas as residências. No dia principal da festa tem uma programação extensa: missas, procissão, leilão, praça de alimentação etc. A importância está no fervor, na integração, enfim, na religiosidade do povo”.
Emoção e expectativas para o casal que vai representar este ano o Imperador e a Imperatriz. Isabela de Fátima Celebrini, 13 anos, e Leoni Benito Pelegrini Paulante, de 12 anos, estão contando os dias para viver a experiência religiosa popular, tradição que está sendo resgatada.
— A solenidade de Pentecostes é marcante para toda a igreja. E o fato de nossa Paróquia celebrar de maneira tão devota esta festa, nos enche de alegria! A Isabella sempre gostou de participar das comemorações da Igreja. Estamos felizes por ela ser a Imperatriz — disse Isabel Celebrini, mãe da jovem. (A.N.)

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