Desfiles de escolas, blocos e bois pintadinhos de Campos seguem sem definição
01/03/2022 18:49 - Atualizado em 01/03/2022 19:36
Desfile de lideranças carnavalescas com presidente da FCJOL em 16/02
Desfile de lideranças carnavalescas com presidente da FCJOL em 16/02 / Foto: Subcom
Quarta-feira de Cinzas (2) fecha o período oficial do Carnaval. Porém, em Campos não há nada definido quanto à festa popular, que já não ocorreu nas datas previstas no calendário em virtude da onda de casos da variante Ômicron do coronavírus. No último dia 16, representantes de sociedades carnavalescas estiveram reunidos com a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Auxiliadora Freitas, e sugeriram que os desfiles de escolas, blocos de samba e bois pintadinhos aconteçam de 6 a 8 de maio, uma semana após o desfile — também fora de época — das escolas campeãs do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Mas, a Prefeitura ainda não divulgou uma decisão.
Segundo Auxiliadora Freitas, um dos entraves para a realização dos desfiles é a necessidade de uma reforma no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop).
— O projeto com todas essas necessidades para a revitalização do Cepop está em fase de finalização pelas secretarias responsáveis pelo planejamento, elaboração e quantificação de projetos de obras, e, após os encaminhamentos para a realização dos procedimentos licitatórios, como preveem as leis para tal, acontecerá — disse a presidente da Fundação Cultural. — A Fundação vem promovendo manutenção e obras em seus equipamentos para dar-lhes condições de funcionamento e, com o Cepop, não será diferente, devolvendo o referido espaço ao segmento da cultura popular e ao nosso município — pontuou.
Segundo Auxiliadora, na reunião de 16 de fevereiro, ocorrida no Teatro Municipal Trianon, foi apresentada aos representantes do Carnaval de Campos a possibilidade do lançamento de editais da Prefeitura, ainda em 2022, para incentivar as agremiações. Todavia, esta não é uma garantia de que os desfiles aconteçam.
— Além do Cepop sem condição de uso, as condições sanitárias da pandemia serão de suma importância para que se decida alguma data, já que a pensada anteriormente (não divulgada) ficou comprometida pelas questões relatadas — citou Auxiliadora Freitas.
Ainda de acordo com a presidente da Fundação Cultural, não houve inscrição de instituições no edital de chamamento público publicado pela Prefeitura na edição de 16 de novembro do Diário Oficial, em que foram elencadas as competências e diretrizes para a organização do Carnaval.
— A Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima quer o melhor para o Carnaval, entende as demandas do setor e busca, insistentemente e de forma comprometida e séria, a sua valorização e organização. Profissionalizar o nosso Carnaval é o nosso caminho. Contamos com todos — declarou Auxiliadora.
Para o presidente da Associação dos Bois Pintadinhos de Campos (Aboipic), Marciano da Hora, não é aceitável que não haja desfiles pelo segundo ano consecutivo.
— Nós insistimos que o município precisa, urgentemente, apresentar uma data para acontecer o Carnaval. Sugerimos que seja uma semana após o desfile das campeãs do Rio de Janeiro. Lembramos à presidente da Fundação Cultural a importância de o Carnaval da cidade de Campos acontecer, uma vez que temos dois projetos incentivados, tanto através da política de renúncia fiscal do Estado como também através da política de renúncia fiscal do Governo Federal. Mostramos a ela também sobre a importância cultural do Carnaval da cidade. O Carnaval de Campos já foi considerado o terceiro maior do país. E mostramos também a importância histórica da tradição dos nossos bois pintadinhos de samba — afirmou Marciano da Hora, também conhecido como Dadá.
Um dos desejos da Aboipic é realizar uma festa de lançamento do Carnaval 2022, e para isso a data dos desfiles precisa ser divulgada. Uma nova reunião com representantes da Prefeitura será sugerida nos próximos dias pelo representante da entidade.
— Não existe possibilidade nenhuma de não acontecer o Carnaval de Campos este ano, seja com apoio do Governo Municipal, com apoio da iniciativa privada, do Governo do Estado, de qualquer maneira. E deixamos claro para Auxiliadora que o município tem obrigação de aportar recursos para realizar o Carnaval. Não são só as cartas de intenção de captação de recursos, é obrigação do município. Hoje, o município está respirando financeiramente falando. Então, ele tem que aportar recursos. Carnaval não é só festa. Carnaval é um empreendimento, é a cadeia produtiva, é o retorno econômico que dá, é a indústria que precisa estar aquecida. Enfim, Carnaval é economia criativa. Nós não abrimos mão de que o Carnaval da cidade de Campos aconteça este ano — enfatizou Marciano (Dadá).
Entre os dirigentes carnavalescos presentes na reunião do dia 16 também esteve o presidente da Madureira do Turfe, Marcelo Velasco, que, embora tenha representado a escola no encontro, também é vice-presidente da Liga das Escolas de Samba e Entidades de Carnaval de Campos dos Goytacazes (Liesecam). Criada no ano passado, a liga deseja assumir a organização dos desfiles de escolas e blocos, apesar de a Aboipic ainda ter maioria de filiados. Porém, na visão de Marcelo Velasco, neste momento as forças precisam estar unidas em prol do Carnaval.
— A grande briga não é sobre Aboipic ou Liesecam. Nosso grande propósito é fazer o Carnaval. Até falo isso com Dadá: a gente tem que brigar pelo Carnaval. Não pode deixar de ter Carnaval nesta cidade. Nós temos um espaço muito bom. Tem tantas outras coisas, por que não ter o Carnaval? Se não acontecesse o Carnaval do Rio, tudo bem, mas a gente vê acontecendo Carnaval lá, em Vitória, São Paulo, em locais próximos — disse Marcelo Velasco. — Temos condições de fazer o Carnaval no Cepop, porque no Cepop há como exigir apresentação de cartão de vacina (contra a Covid-19). O Cepop é fechado. Nos shows, o pessoal não tem como fazer? Nós também podemos fazer isso, porque o Cepop é fechado — finalizou.

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