Jovem escritora de Campos publica livro de fantasia e tem bons números no pré-lançamento
Matheus Berriel 23/02/2022 15:17 - Atualizado em 24/02/2022 19:56
Arual Ortiz
Arual Ortiz / Foto: Divulgação
Imagine um ser com presas e bocas muito largas tentando levar uma vida normal, de humano, em Rio das Ostras. Este é o tema central do livro “Dorhor”, de Laura Ortiz, que assina a obra como Arual. Lançado pela Editora Flyve como e-book em 31 de janeiro, o livro foi o mais baixado no Kindle entre obras de fantasia no dia 2 de fevereiro, com 216 downloads. Até a noite de quinta-feira (24), 704 pessoas haviam feito download. Já o livro físico, em pré-venda desde o final do mês passado, começou a ser entregue na última segunda (21).
As pessoas sempre descreveram Aldon como imaturo e inconsequente, mesmo que levasse nas costas um século de vida. Descendente de figuras lendárias, ele carrega consigo o legado de não ter sido a lenda que poderia (e talvez devesse) ser. Rio das Ostras torna-se o seu refúgio. E, mesmo com sua aparência grandiosa, por vezes destoante do cenário e cheia de detalhes mal vistos pela sociedade, ele acaba mergulhando nos intentos de alegria regados a cerveja, banhos de mar, festejos de Carnaval e trabalhos mal remunerados. Irmão de Dortus, o Rei do Caos, Aldon é conhecido no reino de Dorhor como a morte sobre duas pernas. Mas, no seu retiro paradisíaco da Região dos Lagos, ele quer apenas curtir o verão e ser livre, mesmo tendo que lidar com os maus espíritos que refletem na sua existência humana.
— Comecei a escrever este livro em 2010, por causa de um sonho que tive. Acontece que 2010 foi o ano em que meu pai se mudou para Rio das Ostras e também o ano em que conheci a cidade. Meu imaginário, minha vontade de viver lá era tão grande que acabou fazendo com que eu trouxesse guerreiros lendários de uma antiga religião para uma vida rotineira e simples na Região dos Lagos — conta Arual Ortiz, de 23 anos, natural de Vitória e residente em Campos desde 2003. — Há passagens do livro que ocorrem em Unamar (Cabo Frio) e Búzios. Mas, o verdadeiro amor de Aldon é Rio das Ostras, pela capacidade que a cidade teve de oferecer a ele uma vida comum, um emprego simples e uma casa na beira da praia — explica a autora.
Contendo 506 páginas, o livro tem dois narradores, que apresentam situações completamente distintas. A primeira, situada na Região dos Lagos, é narrada pelo personagem central, que se refugiou em Rio das Ostras após o seu irmão mais velho, Dortus, ter devastado a aldeia onde ele morava em Dorhor. Já a segunda é contada pela personagem Mosa, diretamente da dimensão pertencida por Aldon, em que este perdeu a sua família durante a guerra liderada pelo irmão. É nesse lugar que todos os segredos do passado começam a ser revelados, inclusive os referentes a Aldon.
— É o meu primeiro livro. Demorei 10 anos escrevendo e depois mais um ano inteiro tentando publicar. “Dorhor” tem uma série de irmãos planejados (e meio escritos), que contarão a história antes, depois e paralelamente ao primeiro livro. Foi bastante difícil insistir no meu sonho de escrever um livro quando ninguém acreditava em mim. Acabei levando mais tempo do que gostaria — comenta a autora.
Formada em Letras pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), Arual Ortiz é fã de escritores como Lúcio Cardoso, João Cabral de Melo Neto e Eduardo Spohr. Sua produção possui traços sombrios, mas alguns também divertidos. Afinal, ela tem como principal intenção despertar os sentimentos através dos seus textos, sejam eles luminosos ou obscuros.
A trajetória da construção de “Dorhor” criou expectativa em amigos e admiradores da autora.
— Tem muita gente aguardando os livros físicos para começar a ler. “Dorhor” é relativamente novo no mercado, mas estou realmente otimista, visto que finalmente posso entregar às pessoas os anos de muita dedicação, trabalho árduo e empenho. Esse sempre foi o meu grande sonho: colocar essa história no mundo e entregá-la às pessoas, para que possam se divertir, rir e chorar. E isso finalmente está acontecendo. Inclusive, a editora fez uma brincadeira com uma fala minha quando a pré-venda começou: “O mundo pode não estar preparado para ‘Dorhor’, mas ‘Dorhor’ está preparado para o mundo” — enfatiza a jovem escritora.
A versão física pode ser adquirida a R$ 67 pelo site da Flyve (www.editoraflyve.com/product-page/dorhor), e o e-book está disponível gratuitamente no portal da Amazon para assinantes do Kindle Unlimited.
Capa do livro 'Dorhor'
Capa do livro 'Dorhor' / Foto: Divulgação

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