A História da Pizzato Vinhas e Vinhos
01/06/2020 10:31 - Atualizado em 01/06/2020 10:37
COLUNA DE VINHOS
POR JOÃO RICARDO RODRIGUES
Um ano comemoramos hoje pela 1ª edição desta Coluna de Vinhos, totalizando 31 artigos, apresentando 26 castas de uvas,  passando dicas e degustando vinhos.
Escrevendo, aprendi muito mais sobre o vasto mundo da bebida de Baco.
Agradeço a todos que nos acompanham, a cada artigo realizamos novas amizades e fortalecemos as antigas.
Que possamos trilhar mais um ano, relembrando o que escrevi na 1ª Coluna: “O bom vinho é aquele que tomamos com os amigos."
VINÍCOLA PIZZATO 
 
Na busca por novas experiencias, hoje nosso encontro é com uma uva francesa rara que tem se adaptado muito bem no Brasil e a vinícola é uma das mais renomadas, com elaborados vinhos de reconhecimento mundial.
 
 
A Uva
A Egiodola é uma uva hibrida (cruzamento das uvas Abouriou e Negra Mole), que tem a sua origem em 1954 em Bordeaux na França pelas mãos de Pierre Marcel Durquéty pesquisador do INRA Institut National de Recherche Agronomique). A palavra Egiodola é a contração de duas palavras bascas, Egiasko e Odola, que significam ‘sangue de verdade’.
Casta pouco conhecida e exótica, é resistente e de maturação precoce em comparação com as demais tintas, possui boa resistência a doenças e produção vigorosa.
A Egiodola apresenta uma cor vermelho-rubí bem profunda, é tânica, tem pouca acidez, sendo geralmente usada em cortes com outras tintas, mas também dá origem a varietais com boa capacidade guarda.
A Egiodola é cultivada principalmente na França, também podemos encontrar vinhedos na Espanha, Suíça e no Brasil onde apresenta uma acidez mais elevada que os cultivares europeus.
 
 
A vinícola
Vinícola localizada no Vale dos Vinhedos, primeira Denominação de Origem (DO) Brasileira, com vinhedos próprios localizados junto ao estabelecimento (26 hectares) e em Doutor FAUSTO de Castro (19 hectares), Serra Gaúcha, as terras da Pizzato Vinhas e Vinhos foram compradas em 1967 por Giovanni Pizzato, avô da atual geração.
A família cultiva as próprias uvas desde o final dos anos 1950, com os conhecimentos trazidos por Antônio Pizzato, imigrado da região italiana do Vêneto para o Brasil com apenas 6 anos, no final do século 19.
Inicialmente a produção inicial era apenas para o consumo da família, passando depois para o comercio em garrafões. O cultivo sempre foi de uvas europeias, que eram vendidas, até aquele momento, para as grandes vinícolas da época.
Em 1999, porém, a família decidiu criar a própria vinícola e produzir vinhos finos com a sua marca. Já no ano seguinte foi premiada com o Pizzato Merlot, como "Melhor Tinto do Brasil (2000)".
 
 
Vinícola Pizzato
Foto 01
A Pizzato é a vinícola do Vale dos Vinhedos que possui o maior número de rótulos com selo de Denominação de Origem: são oito, com destaque para o DNA 99, que é elaborado com uvas procedentes do mesmo vinhedo do premiado Merlot de 1999.
A Vinícola oferece degustações orientadas, sem necessidade de agendamento (exceto para grupos acima de dez pessoas).
 
 
O vinho
Sangue de Verdade Egiodola Reserva, safra 2015.
Garrafa 1635 de 2800 elaboradas.
Um pouco de história:
A cultivar Egiodola foi implantada em 1988 pela família do Sr. Plínio Pizzato. À época, o incentivo surgiu a partir de uma visita técnica organizada por produtores da região ao Uruguai.
Até 2002, as uvas eram vendidas para terceiros; a primeira vinificação a partir da cultivar Egiodola foi no ano de 2002, com o vinho sendo vendido para terceiros (granel) apesar da boa impressão causada, então, para a safra 2003, foram separados 3.000 litros, sendo lançado em maio de 2004 e a partir desse ano vem sendo elaborado regularmente.
 
 
Visual: uma coloração vermelho rubi intensa que faz jus ao nome “Sangue de Verdade”, brilhante, halos violáceos e lágrimas espessas e lentas;
Aromas: bastante complexo, frutas vermelhas, morango maduro, amora, pimenta preta, ervas finas, tabaco e café.
Paladar: taninos marcantes, mas redondos, acidez média, encorpado, final de média persistência com o álcool no início um pouco marcado, com a evolução na taça ficou redondo.
 
 
Foto 02
Sugestões de harmonização: Carnes vermelhas, molhos com funghi frescos, rosbife, carne suína e queijos de meia cura.
Teor alcoólico: 13.5 %
Temperatura ideal para consumo: entre 15 e 18 °C;
Amadurecimento: 9 meses em barril de carvalho francês de 1º e 2º usos.
Alguns destaques (histórico):
90 pontos/Ouro- Grande Prova Vinhos do Brasil 2019
90 pontos/Ouro- Wines of Brazil Awards 2019
90 pontos-  Guia Adega de Vinhos do Brasil 2017/2018
89 pontos-  Guia Adega de Vinhos do Brasil 2016/2017
16 pontos-  Site Purple Pages by Jancis Robinson
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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    Sobre o autor

    Nino Bellieny

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