Ecoponto e consciência ambiental
Ícaro Barbosa 21/12/2019 16:45 - Atualizado em 05/01/2020 09:05
Ecoponto inaugurado na Penha (Foto: Isaías Fernandes)
Ecoponto inaugurado na Penha (Foto: Isaías Fernandes) / Isaías Fernandes
A geração de lixo pela sociedade é problema dos tempos modernos. O manejo de resíduos e a separação do lixo doméstico ainda é um desafio para os países e o lixo eletrônico também é um desses problemas. São gerados mais de 50 milhões de toneladas anuais desse tipo de dejeto no mundo inteiro e no Brasil, cada pessoa é responsável por meio quilo por ano, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pneuma). Para diminuir o impacto causado pelo descarte incorreto, a superintendência de Limpeza Pública e a secretaria de Desenvolvimento Ambiental, têm investido em pontos específicos de coleta.
O ambientalista Aristides Soffiati destacou a necessidade de um tratamento especial para esse tipo de resíduo cada vez mais presente no ambiente, devido à obsolescência programada, ou seja, a durabilidade baixa de materiais eletrônicos, gerando a necessidade imediata da aquisição de novos, como ocorre com celulares, por exemplo.
– O lixo eletrônico, derivado dos computadores e aparelhos mais, contamina o ambiente de uma forma mais poderosa que o lixo comum, pois tem metais alcalinos, componentes radioativos e, por isso, é mais perigoso, não só para o ambiente, como para as pessoas – explicou, destacando ainda que nos últimos anos esse tipo de resíduo vem ganhando uma proporção bastante preocupantes.
Dentre os riscos desses materiais pode-se destacar, por exemplo, os monitores e as televisões de tubo, que contém chumbo, material altamente nocivo quando em contato com a natureza e que também pode causar sérios problemas à saúde humana, como danos ao sistema nervoso e reprodutivo. Já o mercúrio presente em computadores, monitores e TVs de tela plana, se mal descartado, pode causar danos cerebrais e ao fígado.
O descarte inapropriado de materiais eletrônicos também leva à poluição do solo, dos rios, mares e, se queimado, também da atmosfera. Em Campos, a superintendência de Limpeza Pública com a secretaria de Desenvolvimento Ambiental, implantaram dois projetos de teste para coleta seletiva: a Eco Praça, em Tocos, com coletora de resíduos recicláveis e o Ecoponto Modelo de Descarte de Resíduos, na Penha que recebe materiais inservíveis como pneus, podas, entulhos, óleo vegetal e recicláveis como papel, papelão, plástico, vidro e também do lixo eletrônico.
Em nota, a prefeitura informou que “na cidade há quatro Ecopontos: bairro da Penha, na avenida Dr. Newton Guaraná, Horto Municipal, no Centro de Educação Ambiental e na Superintendência de Limpeza Pública”, destacaram ainda que a responsabilidade do recolhimento do lixo eletrônico é da indústria, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que vigora no Brasil desde 2014.
A reciclagem do lixo eletrônico é um problema em Campos e em qualquer lugar do Brasil. O mercado de eletrônicos cresceu vertiginosamente, mas a capacidade de reciclá-los, não seguiu o mesmo ritmo. Cinco empresas no mundo fazem a reciclagem completa, de lixo eletrônico, nenhuma delas no Brasil. Os materiais são gerenciados aqui e enviados para outros países, principalmente a Bélgica, onde o processo é realizado por completo. No Brasil estão apenas representantes destas grandes empresas, com sede em São Paulo.

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