Ceia sem os impactos do dólar
Paulo Renato Porto 21/12/2019 18:32 - Atualizado em 26/12/2019 14:23
Produtos da ceia de Natal
Produtos da ceia de Natal / Genilson Pessanha
A contagem regressiva para a tão aguardada ceia de Natal já começou. As prateleiras dos supermercados estão repletas de produtos para o grande momento de confraternização universal. Este ano, a alta do dólar gera expectativas sobre os reflexos da cotação da moeda norte-americana, especialmente sobre os preços dos produtos importados. Entretanto, empresários e gerentes de supermercados não acreditam em impacto significativo nos custos dos produtos.
Embora haja sinais de lenta recuperação, a economia continua a patinar num período de demanda baixa e desemprego alto, o que leva o comércio a puxar o freio na hora de repassar os custos para o consumidor. “O consumidor está sem dinheiro. E alguns desses produtos não podem ficar nas prateleiras por muito tempo, então o comerciante tem que vender”, explicou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Campos, Roberto Viana.
— Nossa economia ainda está muito sacrificada e o desemprego ainda continua alto. Mesmo se houver aumento na mercadoria, o empresário não tem como repassar um percentual mais elevado no custo final dos produtos porque não vai vender — explicou.
Empresário do ramo de produtos alimentícios no varejo e atacado, Viana ilustra este período de demanda em baixa, observando que mesmo produtos de consumo rotineiro passaram a ter procura insignificante nos últimos meses.
— É o caso do leite condensado e o creme de leite, que tem registrado consumo bem menor nesses últimos meses. Eram produtos de consumo fácil, que desapareciam dos estoques e das prateleiras a essa época do ano. Mas parece que agora se tornaram supérfluos, como também o pêssego. A própria cesta básica distribuída pelas empresas aos seus funcionários este ano está mais magra. São alguns retratos da crise em que vivemos — comentou.
Consumidor tem que ser levado em conta
Produtos da ceia de Natal
Produtos da ceia de Natal / Genilson Pessanha
No máximo, o preço da maioria dos produtos da ceia de Natal deverá sofrer um aumento de 10% em comparação com o ano passado, segundo comerciantes do ramo de supermercados e hortifrutis de Campos.
— A alta do dólar poderá impactar o custo de produtos importados, mas não de forma significativa — disse o presidente da Associação de Atacadistas e Distribuidores do Estado do Rio de Janeiro (Aderj), Joilson Barcelos, que descartou a relação da cotação elevada do dólar com o repasse automático nos preços ao consumidor do varejo.
— Quando o dólar sobe quem tem produto em casa não mexe no preço. Quando há uma tendência de alta reforça mais o estoque. Além do mais, isso pode ser negociado na compra do estoque dos produtos. Não há como comprar uma mercadoria se ela está fora das condições do bolso do consumidor. Se não ele não compra. Não comprando, o produto fica na prateleira. Se for perecível, o prejuízo é maior ainda. Então, tem que vender — disse Joílson Barcelos.
Estoques reforçados seguram a alta no preço final
Por tradição, os produtos importados sempre presentes no período natalino como vinhos, azeite, bacalhau, passas, nozes e amêndoas só devem ficar com preços mais salgados a partir de janeiro, caso a moeda norte-americana se mantenha na casa dos R$ 4,20, avaliou ainda Joilson Barcelos.
— Mas esse repasse não é assim automático. Até porque não se sabe se o dólar vai se manter com toda essa cotação por muito tempo. E a maioria dos distribuidores já tem o estoque formado e preços fixados para o fim de ano. Se houver um aumento, deve ser para o ano que vem se o dólar se mantiver com essa alta. Mas eu creio que deve haver uma acomodação até lá. É passageiro — comentou o empresário.
 
 
Preços que variam de acordo com a marca
  • Produtos da ceia de Natal

    Produtos da ceia de Natal

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    Produtos da ceia de Natal

  • Produtos da ceia de Natal

    Produtos da ceia de Natal

Antes de encher o carrinho de compras, o consumidor deve atentar para os preços dos produtos da ceia que variam muito, mesmo se tratando de um mesmo produto. Depende da marca, embalagem, da fama ou qualidade do produto.
Gerente da loja do Superbom, no Parque Tarciso Miranda, Eraldo Rangel calcula uma elevação de preços em torno de 10% em pelo menos 80% dos produtos da ceia. “Não houve um aumento brutal em comparação com o ano passado”, frisa Eraldo.
São várias as opções como a castanha portuguesa, a R$ 29,90 o quilo; a avelã, a R$ 39,90; nozes, R$ 39,90; passas, R$ 17,99; a uva, R$ 7,99; cereja, R$ 54,99; e o pêssego, que sai ao preço de R$ 3,99.
Os preços do bacalhau têm variação e depende da procedência. O Sait 7/9, fica a R$ 35,90 o quilo; o Saith Corte 4/6, a R$ 29,90. O preço mais saldado do nobre pescado é o do Morhua Lombo 8/10, que sai a R$ 119,99 o quilo.
Outros produtos da ceia guardam variações, dependem da marca. O quilo do frango Tender Ceará custa R$ 38,98; o da marca Império, a R$ R$ 24,99; o da Perdigão, R$ 15,98. O chester da Perdigão, a R$ 15,98.
Há vinhos para todos os preços e gostos, desde os nacionais e mais acessíveis Dom Bosco, a R$ 9,90; o Cantina da Serra, a R$ 5,49; e o Pérgola, R$ 18,90, aos importados Casilho Del Diabo, a R$ 39,90; o Porca de Murça, a R$ 75,90; e o Pinta Negra, R$ 39,90.
O tradicional peru de Natal não poderia ficar de fora da lista e seus preços oscilam de acordo com a marca. O peru da Sadia sai a 16,98 o kg; e o da Perdigão, 15,98.

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