STJ mantém prisão da filha de Alcione
29/11/2019 21:45 - Atualizado em 03/12/2019 13:49
Alcione e a filha Myra fazem parte da lista de pessoas presas na operação
Alcione e a filha Myra fazem parte da lista de pessoas presas na operação / Reprodução
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogério Schietti negou, nesta sexta-feira, a liberdade de Myra Athayde, namorada do “doleiro dos doleiros” Dario Messer. Ela é filha da ex-deputada Alcione Athayde, prima do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido). As duas foram presas no último dia 19 de novembro na operação Patrón, desdobramento da Lava Jato. Por outro lado, o STJ concedeu habeas corpus ao ex-presidente do Paraguai, Horácio Cartes, que também foi alvo da mesma operação.
Alcione já foi presa em 2008 no âmbito da operação Pecado Capital, que investigou esquema de corrupção na pasta da Saúde do governo de Rosinha Garotinho.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações identificaram US$ 20 milhões que teriam sido ocultados por Dario Messer, dos quais US$ 17 milhões foram colocados em um banco do arquipélago caribenho das Bahamas e o restante dividido entre doleiros, casas de câmbio, políticos e empresários do Paraguai. Ainda segundo a PF, Cartes seria a pessoa de maior confiança de Messer no Paraguai e teria ajudado o doleiro a fugir de autoridades brasileiras e paraguaias.
Messer, por sua vez, teve sua prisão decretada em maio de 2018 pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro na operação Câmbio, Desligo. Depois de ficar foragido por mais de um ano, ele foi preso em julho deste ano, acusado de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e participação em organização criminosa.
Segundo o MPF, Myra fazia parte do núcleo administrativo da organização e teria recebido no Paraguai dinheiro endereçado a Messer. Seu nome batizava contas em planilhas. De acordo com mensagens obtidas pela PF, Myra recebia US$ 10 mil mensais de Antonio Joaquim da Mota, fazendeiro que ocultava dinheiro para Messer e ligado ao tráfico na fronteira entre Paraguai e Brasil.
Ainda de acordo com o MPF, Myra passou a fazer viagens internacionais, principalmente para o Paraguai, mas também Nova York e Miami, e abriu uma empresa nos Estados Unidos, a Goodhope Consulting LLC. O MPF também aponta para as conversas de Myra com outros acusados em cidades como Pedro Juan Caballero, no Paraguai, Bariloche e Assunção.
As suspeitas do MPF vão além da família da namorada. O órgão suspeita sobre uma amiga de Myra, Raissa Betty Amorim Souza, que teria atuado como laranja. (A.S.) (A.N.)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS