De Garotinho a Rogério 157: quem já foi beneficiado por Siro Darlan
Agência Brasil - Tânia Rego
Alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira que apura a venda de sentenças, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) Siro Darlan tem uma carreira marcada por polêmicas. Foi ele o magistrado responsável pela soltura do casal de ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus no início do mês.
Darlan é alvo de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que apura a venda de sentenças no fórum da capital. Agentes cumpriram 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Luis Felipe Salomão a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) em vários endereços do desembargador: na casa dele, na Gávea, na Zona Sul do Rio; em seu gabinete, no TJ, no Centro; em seu escritório na Barra da Tijuca e em um endereço ligado a ele no município de Resende, no sul fluminense.
Darlan comandou, por mais de uma década, a 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio antes de ser nomeado desembargador, em 2004. Como magistrado de primeira instância, muitas de suas decisões provocaram controvérsia como quando ele proibiu, em 2001, a entrada de menores em um show da banda Planet Hemp promovido pela prefeitura do Rio, sob a alegação de que o grupo fazia apologia às drogas. Ainda em 2001, proibiu modelos menores de 18 anos que não comprovassem frequência escolar de desfilarem em um evento de moda.
Sete traficantes liberados
No ano de 2013, já como desembargador, Darlan concedeu habeas corpus a sete dos nove envolvidos na invasão ao Hotel Intercontinental, em São Conrado. Em 2010, um bando armado com fuzis, pistolas e granadas manteve 35 reféns, entre funcionários e hóspedes, por três horas. A ação resultou em uma pessoa morta e seis feridas. Entre os beneficiados estava Rogério 157, que assumiu o comando do tráfico na Rocinha após a prisão do traficante Nem.
O jornal O Globo publicou, em dezembro do ano passado, que Darlan era suspeito de soltar presos durante plantões judiciais em troca de propina. A reportagem mostrou que, em dois casos investigados, detentos teriam sido beneficiados por decisões do magistrado.
Num deles, foi anexada a colaboração premiada de um dos envolvidos, que afirmou ter ouvido de um dos presos sobre o pagamento a um intermediário do magistrado: R$ 50 mil para ser solto. O delator relatou que o valor inicial chegou a R$ 120 mil, mas caiu para menos da metade dividido em duas parcelas.
Fonte: Época

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