Witzel assume o Governo do Rio
Suzy Monteiro 01/01/2019 20:12 - Atualizado em 10/01/2019 13:52
O governador Wilson Witzel (PSC) tomou posse, na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), reafirmando promessas de campanha como combate à corrupção e à violência. E alertou aos secretários: “não temos direito de errar” diante da confiança depositada pela população em seu nome. Witzel também agradeceu a legendas, como o PSL – do presidente Jair Bolsonaro – e Pros, além do próprio PSC, por terem acreditado no “candidato 1%”. Logo após à posse, o governador falou à imprensa. Em resposta à Folha da Manhã, sobre quais as prioridades das prioridades, ele citou o Porto do Açu como fundamental para retomada do desenvolvimento. E afirmou que já vem sendo procurado por empresas que têm o desejo de se instalarem na área do Distrito Industrial. Embora a solenidade de posse tenha ocorrido ontem, a transmissão de cargo só será na tarde de hoje, no Palácio Guanabara. Logo após tomar posse, Witzel seguiu, junto com Rodrigo Maia, para posse do presidente Jair Bolsonaro.
Logo após a solenidade de posse, Wilson Witzel, acompanhado do vice-governador Cláudio Castro (PSC), concedeu entrevista coletiva. Ele citou o Porto do Açu como uma de suas prioridades: “Para a região de Campos e Macaé, o empoderamento do Porto do Açu. Durante a transição recebemos algumas empresas que querem se instalar na região do Porto do Açu para exportar para a América Latina, Europa e América do Norte”. Disse, também, que estará com o próximo presidente da Petrobras para tratar da questão dos campos maduros.
Witzel citou, ainda, a produção do campo como “um dos pilares do desenvolvimento no interior”, acrescentando que “nenhuma economia saudável consegue se desenvolver de costas para seus agricultores”, afirmou.
O governador falou sobre a importância de se racionalizar os custos e do orçamento 2019, aprovado pela Alerj com um déficit de R$ 8 bilhões: “Não pego um caixa vazio, pego com menos R$ 8 bi”.
O novo governador terá uma reunião hoje com secretariado para traçar metas para os primeiros 100 dias de governo. Segundo Witzel, a transição foi feita de maneira “paupérrima”, o que dificultou saber a real dimensão dos problemas do Estado. Isso só será possível, disse, nos próximos 30 dias. Antes disso, no dia 12, haverá nova reunião de secretariado.
Contra a “irresponsabilidade e corrupção” - Wilson Witzel iniciou o discurso de posse falando que uma nova página começa a ser escrita na história do Rio, acrescentando que é hora de libertar o Estado “da irresponsabilidade e da corrupção, que marcaram as últimas duas décadas da política estadual”. Os dois últimos políticos que ocuparam o cargo estão presos – Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral e os anteriores aos dois, Rosinha e Anthony Garotinho já foram presos em outras ocasiões.
Witzel afirmou que o resultado das urnas – que o levou à vitória após sair com 1% das intenções de votos no início da campanha – como “o grito de milhares de mulheres e homens cansados da traição e dos atos de corrupção”. Ele também falou que vai recuperar o respeito ao funcionalismo estadual, que tanto sofreu durante os últimos anos.
Professor universitário, Witzel destacou a importância de seus colegas de profissão e afirmou que uma de suas metas será valorizar a Educação. O novo governador chorou ao agradecer à esposa, Helena Witzel, e aos filhos. E, também, ao lembrar o passado simples, ao lado dos pais e dos irmãos,
Também falou que os traficantes de drogas são “narcoterrostistas” e garantiu que, como terroristas serão tratados. “Usarei todos os meios e conhecimentos para derrotar o crime organizado, reconstruindo, reaparelhando, aperfeiçoando o processo penal e as estruturas judiciais, treinando nossas forças policiais, e colocando à disposição dos profissionais da segurança todos os instrumentos para conter essa ameaça à nossa democracia”, garantiu, dizendo, ainda, que a população do Rio não pode mais ficar refém da violência.
Ao concluir seu discurso, Wilson Witzel citou uma frase do jornalista Carlos Lacerda, governador do antigo Estado da Guanabara na década de 1960: “A impunidade gera a audácia dos maus. O futuro não é o que se teme. O futuro é o que se ousa. Eu ousei”.
Balanço dos últimos anos por Ceciliano - A cerimônia de posse foi conduzida pelo presidente em exercício da Alerj, André Ceciliano (PT), que ocupa o cargo desde a prisão do presidente Jorge Picciani (MDB). Ele destacou a crise política e financeira enfrentada pelo Estado nos últimos anos: “Estes últimos anos foram difíceis, mas não fugimos das nossas responsabilidades. Mesmo com uma grave crise política e financeira, votamos medidas duras, realizamos diálogos com a população e analisamos mais de mil projetos de lei em plenário. Também economizamos R$ 325 milhões na última legislatura e devolvemos R$ 120 milhões para o pagamento do 13 dos servidores públicos”, afirmou, antes do juramento do governador.
Ceciliano também cumprimentou deputados presentes como Márcio Pacheco (PSC) e Rodrigo Amorim (PSL), que disputam com ele próprio a presidência da Alerj.
Entre as autoridades presentes estavam o cardeal arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta; o prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB); o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), o presidente do Tribunal Regional Federal (TRF), André Fontes; e o subprocurador-geral de Justiça do Ministério Público, Marfan Vieira. Da região, o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) e o deputado federal Felício Laterça (PSL). Também prestigiou o evento o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio.

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