Presidente eleito, Jair Bolsonaro toma posse em Brasília
Aldir Sales 01/01/2019 15:37 - Atualizado em 10/01/2019 13:51
Eleito com 57,8 milhões de votos em outubro do ano passado, Jair Messias Bolsonaro (PSL) assumiu, nessa terça-feira (1º), no primeiro dia do ano, a presidência da República. Com a presença de milhares de pessoas nas ruas de Brasília, o 38º presidente do Brasil desfilou em carro aberto, participou de sessão solene no Senado, recebeu chefes de estado e empossou seus ministros de governo em uma cerimônia marcada por um forte esquema de segurança. Em seu discurso à nação, logo após receber a faixa presidencial de Michel Temer, Bolsonaro prometeu “restabelecer a ordem”, falou em “implementar as reformas necessárias” e disparou: “hoje o povo começa a se libertar do socialismo e do politicamente correto”.
— É com humildade e honra que me dirijo a todos vocês como presidente do Brasil. E me coloco diante de toda a nação, neste dia, como o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto. Essa é a nossa bandeira, que jamais será vermelha. Só será vermelha se for preciso nosso sangue para mantê-la verde e amarela. (...) A corrupção, os privilégios e as vantagens precisam acabar. Os favores politizados, partidarizados, devem ficar no passado, para que o governo e a economia sirvam de verdade a toda nação — declarou.
Ao final do discurso, ele abriu, com o auxílio do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, uma bandeira do Brasil e citou um dos cânticos que marcaram protestos contra o governo Dilma Rousseff. “Essa é a nossa bandeira (a do Brasil, verde e amarela), que jamais será vermelha”, enfatizou, sob aplausos de apoiadores.
Após missa na Catedral Metropolitana, Bolsonaro, a esposa, Michelle, e um dos filhos do presidente, Carlos, desfilaram no tradicional Rolls Royce até o Congresso Nacional, onde o capitão da reserva se juntou ao vice, general Hamilton Mourão (PRTB), para oficialmente ser empossado no cargo. Após a assinatura dos documentos, Jair Bolsonaro discursou e criticou o que chamou de “amarras ideológicas”.
— Temos uma oportunidade única de resgatar o nosso país e a esperança de nossos compatriotas. Se tivermos a sabedoria de ouvir a voz do povo, teremos êxito em nossos objetivos. Vamos unir o povo, valorizar as famílias e nossas tradições judaico-cristãs. O Brasil voltará a ser um país livre de amarras ideológicas.
Após a sessão solene, Jair Bolsonaro e Michelle voltaram para o carro aberto e desfilaram até o Palácio do Planalto, onde subiram a rampa principal ao lado de Mourão e sua esposa, Paula Mourão, até chegarem a Michel Temer (MDB) e a ex-primeira-dama Marcela. Após cumprimentos, eles se encaminharam ao parlatório, onde Temer passou a faixa presidencial para Bolsonaro.
A primeira a discursar foi Michelle. Em língua de sinais, a primeira-dama disse que os surdos serão valorizados. “Gostaria de me dirigir à comunidade surda (...) vocês serão valorizados. (...) Agradeço também a todos aqueles que demonstraram a sua solidariedade pelos momentos difíceis pelos quais o meu esposo passou recentemente”.
Na sequência, o novo presidente falou à nação que agora tem o desafio de “enfrentar os efeitos da crise econômica”, o “desemprego recorde”, a “ideologização” das crianças, o “desvirtuamento dos direitos humanos” e a “desconstrução da família”. “Vamos propor e implementar as reformas necessárias. Vamos ampliar infraestrutura, desburocratizar, simplificar, tirar a desconfiança e o peso do governo sobre quem trabalha e quem produz”, discursou a apoiadores que lotavam a Praça dos Três Poderes para acompanhar o pronunciamento.
Após o discurso, o presidente e a primeira-dama receberam os chefes de estado que compareceram à cerimônia, entre eles o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e da Hungria, Viktor Orbán, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, além do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa e os presidentes Sebastián Piñera, do Chile; Mario Abdo Benítez, do Paraguai; Tabaré Vázquez, do Uruguai; e Evo Morales, da Bolívia. Depois de dar posse aos seus ministros, Bolsonaro foi para o Palácio do Itamaraty, onde recebeu os convidados para um coquetel.
 
 

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