Wilson Witzel (PSC) disputa segundo turno com Eduardo Paes (DEM)
Suzy Monteiro 07/10/2018 18:30 - Atualizado em 09/10/2018 15:32
O ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) surpreendeu em uma arrancada no final da campanha, tirou Romário (Podemos) e chegou ao segundo turno à frente de Eduardo Paes (DEM), que liderava as pesquisas. Witzel, que vinha oscilando no patamar de 1% a 2%, no último sábado registrou crescimento no Datafolha e subiu para 17% das intenções de voto, empatado com o senador. Já o Ibope indicava Paes com 32%, Romário, 20%, Indio e Witzel, 12%. A virada do candidato ocorreu após ele colar sua imagem a do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Ele obteve 3.154.771 votos (41,28%) e Paes 1.494.831 votos (19,56%). Romário teve 664.511 (8,7%) e ficou na quarta colocação. Tarcísio Mota (Psol) chegou em terceiro e teve 818.958 mil (10,72%).
À noite, o juiz falou aos jornalistas e disse que sua votação foi “Uma resposta clara da população pela renovação”. E acrescentou: “Tenho certeza que vamos consolidar essa vitória no fim do segundo turno”, afirmou o candidato.
Ele, que esteve em um ato em que uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco (Psol) foi destruída, disse que determinará rigor na apuração, caso eleito.
— A investigação, nesse caso (Marielle), será tratada exatamente como qualquer outro caso. Eu fui juiz criminal, tenho muita experiência para passar para os delegados. Os delegados já disseram, inclusive, que vão ter um governador para tirar dúvida. Eu sou professor de direito penal, a minha esposa foi minha aluna. E o que eu quero dizer é que os delegados terão orientação, nós vamos criar uma universidade da polícia... Então, nós vamos aprimorar a investigação para reduzir e apurar com rigor — disse.
Já Eduardo Paes afirmou que agora começa uma nova campanha e que irá trabalhar para vencer: “Segundo turno é uma eleição que as coisas ficam mais claras, quem é quem. Permite que as pessoas possam saber quem são os candidatos, ouvir algumas propostas”, disse Paes.
Aos 50 anos, Witzel pediu exoneração do cargo de juiz federal em fevereiro deste ano, deixando para trás 17 anos de magistratura. Em entrevista à Folha da Manhã em 6 de julho, ele afirmou que tomara a decisão por “indignação” como cidadão.
Primeiro, o ex-juiz surfou na onda da Operação Lava-Jato, mas seu crescimento na reta final da campanha veio por outro motivo: voto declarado em Bolsonaro. Sábado, Witzel encerrou a campanha com uma carreata ao lado de Flávio Bolsonaro (PSL), candidato ao Senado e filho de Jair.
Ex-prefeito do Rio, Paes desde o início da campanha vinha protagonizando a disputa - à frente ou empatado tecnicamente com o primeiro colocado. A mudança ocorreu na reta final.
Apesar de a aproximação explícita de Bolsonaro ser recente, o discurso do ex-magistrado já era alinhado com alguns ideais do candidato do PSL. Desde o início da campanha, Witzel defende que policiais poderiam, em seu governo, “abater” bandidos armados, ainda que respondessem criminalmente por isso.
Apoio de Garotinho e resposta das urnas
Na última sexta-feira, após perder sucessivamente no Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negaram todos os pedidos para voltar à campanha interrompida pelo indeferimento do registro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-governador Anthony Garotinho (PRP) declarou apoio ao senador Romário, candidato ao Governo do Estado.
Na live em que fez o anúncio, seus muitos de seus apoiares começaram a demonstrar descontentamento. Resultado: Romário além de não chegar ao segundo turno, ainda perdeu uma posição para Tarcísio Mota e amargou um quarto lugar na disputa à sucessão de Luiz Fernando Pezão (MDB). Garotinho anunciou, ainda, apoio ao senador Lindbergh Farias (PT), candidato à reeleição e que estava em terceiro. Também não foi eleito.
O ex-governador — teve os votos nulos, mas obteve 84.187 votos — já tinha ganhado fama de pé frio após apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) no segundo turno presidencial de 2006, quando o tucano não só perdeu para Lula (PT), como conseguiu receber menos votos que no primeiro.
Na eleição a governador de 2014, quando não conseguiu ir ao segundo turno, Garotinho apoiou Marcelo Crivella (PRB). E o sobrinho de Edir Macedo acabou perdendo para Pezão.

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