"A Criança Pede..." promove palestras
Virna Alencar 21/08/2018 20:27 - Atualizado em 22/08/2018 13:12
Cerca de 40 estudantes do Centro Educacional Municipal do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar de Campos (Cemstiac) participaram, na tarde desta terça-feira, da abertura da campanha de mobilização e conscientização em socorro à criança e ao adolescente vítimas de violência. O colégio é situado na rua Doutor Lacerda Sobrinho, no centro de Campos. O próximo encontro acontece na sexta (24), às 14h, e contará com a presença do delegado titular da 145ª Delegacia de Polícia de São João da Barra, Carlos Augusto Guimarães, no Colégio Estadual João Pessoa, na rua Operário Campista, no Parque São Caetano. A campanha, realizada em escolas estaduais e municipais, segue até o dia 19 de novembro, quando é lembrado o Dia Mundial de Combate ao Abuso Infantil.
O encontro foi aberto pelo guarda municipal Ivan Silva Souza, idealizador da campanha, que faz parte da comemoração dos 14 anos de fundação do projeto social “A Criança Pede...”. Segundo ele, o tema “Violência doméstica contra crianças e adolescentes, para além dos muros”, tem como objetivo reduzir os índices de violência contra a criança e o adolescente ajudando a prevenir situações de risco, no lar, escola e em vulnerabilidade social, inibindo, assim, a reincidência e também novos casos de violência.
A psicóloga Nádia Paes e a médica pediatra Ângela Sarmet abordaram o tema.
— Apanhar é aquilo que se pode considerar como tortura, como por exemplo, apanhar com fio, beliscões e ponta de cigarro. Tem gente que bate no filho com a sola do pé e outras técnicas que se aprende para não deixar vestígio. É isso que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê como crime. Logo, tapinha não entra nessa lista. Através do disque-100, toda e qualquer pessoa que esteja com seu direito violado pode ligar — disse Nádia.
A diretora da escola, Sheila Soares, destacou a importância da discussão. “Muitos alunos passam por esse tipo de problema, então, é muito pertinente ser tratado esse assunto dentro da nossa escola. A partir dessas informações, eles saberão como proceder diante de algum caso de violência”, disse.
A professora Ivanilce Tavares disse perceber o comportamento agressivo dos alunos na sala de aula e iniciativas podem contribuir para o melhor desempenho escolar. “Eles ficaram atentos à palestra justamente para saberem dos seus direitos. Sabemos que uma boa estrutura familiar reflete no bom desempenho desses jovens, então, esses encontros devem ser frequentes”, destacou.
A aluna do 8º ano do Ensino Fundamental, Nathally Sofia Pereira, de 14 anos, pensava que era normal pais baterem nos filhos. “Achei a palestra muito boa e importante, porque diante de uma situação difícil, agora sei o que fazer. Chegando à casa vou contar o que aprendi”, falou.
A campanha também visa a propagação e o cumprimento do Art. 245 do Eca: “Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra a criança ou adolescente”. O assunto no âmbito criminal será abordado pelo delegado Carlos Augusto Guimarães no próximo encontro.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS