Produção da Paraíso é 100% etanol
Jane Ribeiro 21/08/2018 19:54 - Atualizado em 22/08/2018 14:22
As usinas da região iniciaram a safra de cana-de-açúcar 2018/19 apostando na produção de etanol como nunca antes em sua história. As usinas Canabrava, Coagro e Paraíso pretendem produzir 30% a mais que a colheita passada, depois de três anos amargando prejuízo por conta da seca que assolou a região. Esse ano a safra será tipicamente de etanol, principalmente na Usina Paraíso, com 51 anos no mercado, que pela primeira vez vai produzir 100% álcool.
O setor sucroenergético foi responsável pelo saldo positivo de empregos em Campos. Na Usina Paraíso, segundo o diretor de produção Maurício Coutinho, somente neste período, foram abertas 1200 vagas de empregos diretos. Uma recuperação do setor que tem uma estimativa de recursos em torno de R$ 45 milhões que serão empregados na economia local.
— A paraíso está 100% etanol. Isso porque o álcool está mais com preço de mercado. Esse ano tivemos uma escassez muito grande de matéria prima, muitos produtores deixaram de investir, de produzir a cana com medo de ter prejuízo. Apesar desses problemas, ainda vamos ter expectativa de lucro esse ano em torno de 30%. A nossa usina vai moer 300 mil toneladas de cana. Além disso, conseguimos empregar 1200 pessoas com empregos diretos. Portanto, a safra desse ano será satisfatória. A Paraíso tem uma tradição na região e conseguiu se manter de pé, mesmo com tantas dificuldades. Atribuo isso aos nossos funcionários, que são parceiros e vestem a camisa da usina para que pudéssemos continuar no mercado — enfatizou.
Para o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucam), Tito Inojosa, não houve outra forma a não ser investir no etanol. “A decisão de produzir mais álcool do que açúcar foi a nível nacional, em função do preço do álcool, que está melhor. O açúcar está com o preço muito baixo, o mais baixo dos últimos 10 anos. O mercado de açúcar internacional está voltado para a Índia e, como isso, a produção do etanol vai remunerar melhor os produtores e usinas. Essa realmente será a melhor safra dos últimos três anos e esperamos esse ano em torno de 1,3 milhão”, informou o presidente da Asflucam.
Chuva — Há quatro anos que a região não contava com chuva para a produção da cana de açúcar. Em 2014 choveu muito pouco, foram 560 milímetros, um período considerado difícil para os produtores, que amargaram um prejuízo incalculável. Em 2015, o volume foi de 814 milímetros de chuva. Já em 2016 choveu 900 milímetros e em 2017, foram 1,300 milímetros, uma recuperação considerável. 
Fotos: Isaías Fernandes

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