No último dia de paralisação em Campos, serviços básicos começam a ser normalizados
Verônica Nascimento 30/05/2018 14:33 - Atualizado em 01/06/2018 14:22
Ônibus voltaram a circular com 70% da frota
Ônibus voltaram a circular com 70% da frota / Verônica Nascimento
No décimo e último dia de paralisação dos caminhoneiros em Campos, os serviços públicos começam a dar sinais de normalização. A Prefeitura informou o retorno das aulas para a próxima segunda-feira (4 de junho) e, nesta quarta (30), cerca de 70% dos ônibus circularam pela cidade. A Viação 1001 informou que já está trabalhando com 100% de sua frota e que seguirá com operação completa durante o feriado de Corpus Christi. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão abastecidas com medicamentos, e o governo estadual garantiu o abastecimento de veículos que transportam demais insumos para a pasta.
Na última terça (28), o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) conseguiu o apoio da Polícia Rodoviária Federal para escoltar carregamento de óleo diesel para empresas de ônibus abastecerem suas frotas. No entanto, mesmo com 70% da frota nas ruas, as empresas ainda priorizam os horários de mais movimentos e algumas linhas só estão sendo feitas até as 18h, como a da Penha e Carvão, entre outras. Nesta quarta, no terminal rodoviário da avenida XV de Novembro, usuários ainda reclamavam da demora. “Já foi uma luta sair do IPS para ir ao médico, na UPA de Guarus. Quando saí do médico, um ônibus passou, mas não parou para mim. Os motoristas esquecem que eles também vão envelhecer. Agora estou aqui esperando, por mais de uma hora e meia, o ônibus para voltar para casa”, contou a idosa Elizabete Fontes, 66 anos.
O IMTT explicou que “estão sendo priorizados os horários de pico para atendimento à população, fazendo um racionamento nos intervalos entre estes horários” e que “o racionamento nos intervalos entre os horários de pico é uma questão de prudência para, caso o desabastecimento persista, o município possa ter condições de continuar atendendo à população”. Mas Patrícia Siqueira também reclamou do “racionamento”. “Vim de van ao Centro pagar umas contas, porque só tem um ônibus que atende ao meu bairro. Cheguei aqui por volta das 11h30 e estou há uns 40 minutos esperando o ônibus. Não parecem estar priorizando os horários de pico de movimento, pelo menos para o meu bairro”, reclamou a moradora do Parque João Maria.
Aulas retornam segunda — A secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Smece) comunicou que, “na próxima segunda-feira (4), há previsão de retorno das aulas na rede municipal de ensino”. As atividades nas unidades ficaram suspensas por três dias, devido ao desabastecimento de combustível provocado pela paralisação nacional dos caminhoneiros, que refletiu no transporte público regular e escolar, impossibilitando deslocamento de servidores e alunos. Algumas escolas e creches, abastecidas por caminhão-pipa, ficaram sem aulas, mas a concessionária Águas do Paraíba garantiu a regularização do abastecimento também a partir de segunda.
Ainda conforme a Smece, alguns alimentos que compõem a merenda escolar, como leite, biscoito, legumes, frutas e hortaliças, estão em falta desde o início da paralisação, mas serão substituídos provisoriamente por outros itens. A reposição das aulas ocorrerá em calendário especial.
A Saúde em Campos ainda prioriza os atendimentos de urgência e emergência, mas não houve, até o momento, registro de falta de medicamentos da Atenção Básica, visto que os estoques foram repostos antes da paralisação. Tanto nas Unidades Básicas de Saúde quanto nos hospitais do município (Hospital Geral de Guarus e Hospital Ferreira Machado) são realizados levantamentos constantes para atualização do estoque.
— Recebemos medicamentos na última semana e ainda temos a situação sob controle. O maior problema é garantir a chegada dos demais insumos, materiais, medicamentos e oxigênio, porque muitos caminhões continuam retidos, principalmente no município do Rio de Janeiro, e temos fornecedores de Minas Gerais que não estão conseguindo trafegar nas estradas — ressaltou a secretária de Saúde, Fabiana Catalani.
A preocupação é garantir que estes veículos cheguem ao município através de abastecimento realizado pelo Corpo de Bombeiros. “Precisamos garantir o abastecimento de alguns veículos que têm combustível para chegar em nossa cidade, mas não têm como retornar. Isso é preocupante porque estaríamos com nossa rede de urgência e emergência comprometida caso esses itens não cheguem. Já estamos fazendo um levantamento desses caminhões para resolver esta situação o mais rápido possível”, completou Catalani.

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