Deputado José Fernandes diz que foi vetado por José Sarney
02/01/2018 22:23 - Atualizado em 03/01/2018 14:39
O deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), que havia anunciado na semana passada ter recebido e aceitado convite para comandar o ministério do Trabalho, afirmou nesta terça-feira que não irá mais assumir a pasta porque foi “vetado” pelo ex-presidente José Sarney (PMDB). O parlamentar maranhense disse que “não deu” para ser ministro porque seu nome criaria “embaraço” entre o presidente Michel Temer e Sarney, um dos políticos mais influentes do PMDB e do Maranhão, base eleitoral de Pedro Fernandes.
— Infelizmente, não deu, devido ao embaraço que eu crio na relação do presidente Temer com o ex-presidente José Sarney — relatou Pedro Fernandes à TV Globo.
Em entrevista ao jornalista Gerson Camarotti, Sarney negou que tenha vetado o nome de Pedro Fernandes para o ministério do Trabalho. “Não fui consultado e não vetei. (...) Ele (Pedro Fernandes) quer arrumar uma desculpa. Colocar a responsabilidade sobre as minhas costas. Se, no passado, não vetei Flávio Dino para a Embratur, não faria isso para alguém que foi nosso amigo”, complementou o ex-presidente da República, em uma referência ao atual governador do Maranhão, que presidiu a estatal do turismo durante o governo Dilma Rousseff.
Líder do PTB na Câmara, o deputado Jovair Arantes disse ontem que ninguém do Palácio do Planalto entrou em contato com ele para comunicar que Pedro Fernandes não seria mais ministro. Segundo ele, se houve realmente veto por parte de alguém do PMDB, seria uma “indelicadeza” e um “constrangimento” para a bancada do PTB na Câmara.
Arantes cobrou uma explicação por parte do Planalto. Jovair Arantes participou da audiência entre Temer e presidente do PTB, Roberto Jefferson, na qual Ronaldo Nogueira pediu demissão. Na mesma reunião, a cúpula do PTB apresentou ao presidente da República o nome de Pedro Fernandes para o ministério do Trabalho. “Não existe plano B, enfatizou o líder do PTB em relação a um novo nome do partido para o comando da pasta”, disse. (A.N.)

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