Arnaldo Neto
29/08/2022 20:19 - Atualizado em 30/08/2022 21:54
A nova pesquisa BTG/FSB, feita entre sexta (26) e domingo (28), divulgada nesta segunda-feira (29), a primeira após a rodada de entrevistas no Jornal Nacional e o início da propaganda eleitoral, aponta para um cenário de estabilidade. Na liderança, Lula (PT) oscilou negativamente dentro da margem de erro, patinando dos 45% da semana passada, para 43%. Jair Bolsonaro (PL) manteve os mesmos 36% da semana passada. A diferença entre os líderes caiu para 7%. Segundo o relatório da pesquisa, “Bolsonaro ficou estagnado porque não viu se confirmar como tendência uma melhora entre os beneficiários do Auxílio Brasil”. Ainda de acordo com o relatório, Lula fica cada vez mais distante de uma vitória no 1º turno, mas mantém a dianteira no 2º. O único candidato a crescer acima da margem de erro foi Ciro Gomes (PDT), que passou de 6% para 9%.
No cenário estimulado, quando são apresentados aos eleitores, por telefone, os nomes dos candidatos a presidente, além de Lula (43%), Bolsonaro (36%) e Ciro (9%), Simone Tebet (MDB) oscilou positivamente, de 3% para 4%. Apesar da candidatura retirada pelo Pros, Pablo Marçal teve 1%, assim como Vera Lúcia (PSTU). Os demais candidatos não pontuaram na pesquisa.
O Instituto FSB ouviu, por telefone, 2.000 pessoas entre os dias 26 e 28 de agosto. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-08934/2022.
Espontânea
No cenário espontâneo, onde os entrevistados foram perguntados em quem votariam sem a apresentação da lista dos candidatos, Lula e Bolsonaro oscilaram negativamente um ponto percentual, dentro da margem de erro. Enquanto o petista passou de 41%, nas duas últimas pesquisas, para 40%, o presidente caiu de 34% – maior índice na série histórica – no último levantamento, em 22 de agosto, para 33%.
Ciro, por sua vez, cresceu dois pontos percentuais, no limite da margem de erro, de 4% para 6%. Os demais candidatos, somados, mantiveram o índice de 3%.
O índice dos eleitores que disseram que não sabem ou não responderam manteve a trajetória de queda, passando de 12% para 11%, dentro da margem de erro. No entanto, de um em um ponto percentual, o valor caiu de 15% desde 25 de julho. Ao todo, 7% responderam que votam em branco, nulo ou nenhum.
Rejeição
Bolsonaro continua sendo o candidato mais rejeitado, com 55% dos entrevistados que disseram não votar no presidente de jeito nenhum. O valor já chegou a ser de 59%, em 13 de junho, mas manteve a mesma porcentagem da última pesquisa.
Ciro Gomes era o segundo mais rejeitado em 22 de agosto, mas conseguiu diminuir o índice de 51% para 46%, empatando tecnicamente com Lula, que variou de 44% para 45%.
Segundo turno
Em um eventual segundo turno, a nova pesquisa BTG/FSB trouxe exatamente o mesmo cenário apresentado em 22 de agosto. Lula apresenta 52% das intenções de voto, contra 39% de Bolsonaro. Além disso, 7% declararam não votar e outros 2% não sabem ou não responderam.
Auxílio Brasil
A pesquisa também não confirmou a tendência de crescimento das intenções de voto do presidente entre os eleitores beneficiados com o Auxílio Brasil, que passou de R$ 400 para R$ 600.
Em 15 de agosto, 24% dos beneficiados disseram votar em Bolsonaro, esse número saltou para 31%, em 22 de agosto, mas voltou aos mesmos 24%. Lula, pelo contrário, recuperou terreno nesse extrato. O petista passou de 61%, para 52% e, agora, soma 58%.
— Considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, Lula e Bolsonaro mantiveram-se, estatisticamente, com a mesma intenção de voto e com a mesma rejeição, tanto na pesquisa espontânea quanto na estimulada e tanto no primeiro quanto no segundo turno, em relação ao último levantamento, divulgado em 22 de agosto. A pesquisa, assim, é mais uma que aponta para um provável segundo turno inédito entre um ex-presidente e um presidente em busca da reeleição. Para 79% dos eleitores entrevistados, a decisão do voto já está tomada, deixando em aberto a eleição para apenas 21% dos brasileiros habilitados a votar. Em uma semana, apenas Ciro Gomes cresceu acima da margem de erro, saindo de 6% para 9% na pesquisa estimulada, quando os nomes de todos os candidatos são apresentados. De acordo com o relatório divulgado pela FSB Pesquisa, este ganho de 3 pontos percentuais pode estar associado à exposição do pedetista no Jornal Nacional, na terça-feira passada. Na próxima sondagem, poderá ser possível avaliar o impacto da exposição dos candidatos no debate da TV Bandeirantes, realizado no domingo (28) — analisou William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.