Câmara de SJB: base tenta anular eleição da Mesa, mas Justiça nega liminar
Arnaldo Neto 06/06/2022 10:00 - Atualizado em 07/06/2022 15:43
Vereadores de SJB reunidos para eleição da Mesa, em março
Vereadores de SJB reunidos para eleição da Mesa, em março / Divulgação


A eleição para presidente da Câmara de São João da Barra também está judicializada, como havia sido prometido pela base governista na votação de 23 de março. Porém, a juíza Kathy Byron Alves dos Santos negou, nessa quinta-feira (02), o pedido de liminar nação que busca, por fim, anular a votação que terminou com a vitória de Alan de Grussaí (Cidadania). O mando de segurança foi impetrado pelos vereadores Chico da Quixaba (PP), Julinho Peixoto (PL) — hoje secretário de Agricultura —, Junior Monteiro (Cidadania) e Sônia Pereira (PP), todos da base, contra o presidente da Casa, Elísio Rodrigues (PL). O processo segue, mas decisões só serão tomadas após a Justiça ouvir o impetrado e o Ministério Público.
A vitória de Alan foi considerada uma derrota para o grupo político da então prefeita Carla Machado (hoje, PT), que posteriormente renunciou ao cargo e se lançou pré-candidata a estadual. Isso porque havia um acordo para eleger Chico da Quixaba presidente da Câmara no segundo biênio. Esse acordo foi firmado desde o fim de 2020, após o resultado das urnas. Além dos quatro que impetraram a ação pedindo a anulação da eleição da Mesa, também faziam parte do “combinado” Elísio, Alan e Analiel Vianna (Cidadania). Os três, porém, declararam insatisfação com o governo municipal e passaram a considerar a eleição de Chico como negativa para o relacionamento entre os poderes, por acreditarem que havia muita proximidade entre ele e a então prefeita. Chico chegou a retirar sua pré-candidatura e indicou o nome de Julinho, mas a mudança, na prática, não deu resultado, terminando a sessão com a base governista como minoria.
A eleição da Mesa, que poderia acontecer até o fim do ano, foi antecipada para 23 de março em SJB, com sessão exclusiva para esse fim. Elísio, Alan e Analiel se uniram a Franquis Areas (PSC) e Kaká (Podemos) para eleger Alan e toda a Mesa para o próximo biênio — Kaká (vice), Elísio (1º secretário) e Franquis (2º secretário). Com muitos protestos durante a sessão, a base, em minoria, chegou a abandonar o plenário na votação dos últimos cargos.
No mandato de segurança impetrado na Justiça, os vereadores da base argumentam que Elísio convocou “sessão para eleger a mesa diretora para o biênio 2023/2024, sem conferir publicidade no diário oficial do município, o que impediu que os impetrantes (Chico, Julinho, Júnior e Sônia) tivessem tempo hábil para formar as chapas para concorrerem à eleição. Em razão disso, consideram que tal atitude feriu a Lei Orgânica Municipal, o Regimento Interno da Câmara Municipal, bem como a Constituição da República Federativa do Brasil, razão pela qual requerem, em sede liminar, a suspensão dos efeitos da eleição”.
A magistrada salientou que o resultado da eleição só terá efeito prático a partir do próximo ano para negar a liminar. O processo continua em análise.

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