Polícia vai à Câmara de Campos intimar Fábio Ribeiro sobre dois inquéritos
23/02/2022 19:50 - Atualizado em 23/02/2022 20:24
Rodrigo Silveira
O presidente da Câmara de Campos, vereador Fábio Ribeiro (PSD), foi intimado pela Polícia Civil para comparecer à 134ª Delegacia do Centro de Campos para prestar informações sobre dois inquéritos: um, aberto pelo próprio Fábio, contra Maicon Cruz (PSC) por falsidade ideológica; e outro realizado pelos parlamentares de oposição contra ele, por abuso de autoridade. A informação foi confirmada pelo próprio presidente, que informou, ainda, que seus advogados irão à delegacia saber mais sobre os procedimentos.
Um inspetor da Polícia Civil esteve na Câmara no final da tarde, após a sessão desta quarta-feira (23), que foi suspensa mais uma vez pela falta de quórum. Os vereadores da oposição deixaram o plenário em protesto pelo fato de Fábio não ter colocado na pauta a continuidade da eleição para a mesa diretora no biênio 2023/2024.
A disputa pelo comando da Casa de Leis também motivou a visita dos policiais. Um dos inquéritos do qual Fábio recebeu a intimação foi aberto por ele próprio contra o vereador Maicon Cruz. O presidente acusa o parlamentar do PSC de falsidade ideológica por ter assinado um termo de compromisso de voto em Ribeiro na eleição pautada inicialmente para a terça-feira (15).
Na ocasião, Maicon ficou a tarde inteira no gabinete de Fábio, assinando o documento e saindo apenas para o plenário na hora da eleição. No entanto, em um movimento articulado pela oposição, Maicon Cruz acabou votando no líder da oposição Marquinho Bacellar (SD), que chegou a ser proclamado vencedor por 13 votos a 12.
No dia seguinte, na quarta-feira (16), seriam escolhidos os demais cargos da mesa diretora, mas Fábio Ribeiro resolveu suspender a eleição até a análise final de dois processos protocolados por vereadores governistas que contestam o resultado. Insatisfeitos com a decisão da presidência, os oposicionistas registraram uma queixa-crime contra Fábio Ribeiro por abuso de autoridade. Esta foi a segunda intimação recebida por ele.
Dentro da Câmara, esta quarta-feira (23) foi o segundo dia seguido sem trabalhos na sessão por protesto da oposição. Os 13 vereadores contrários à atitude de Fábio deixaram o plenário porque querem que a votação dos demais cargos da mesa diretora sejam colada para apreciação do plenário.
Marquinho disse, na saída do plenário, que o que tem sido feito por Fábio é "jogo sujo".“Presidente Fábio mais uma vez atropelou a pauta original, que era a continuação da votação da mesa diretora. Mais uma vez, para evitar discussão, para não criar atritos desnecessários, a gente achou melhor sair da sessão. O que está acontecendo aqui é uma cortina de fumaça, jogo sujo que esse grupo de Garotinho faz”.
Fábio Ribeiro, por sua vez, ressaltou que está cumprindo o regimento ao suspender a eleição até análise de todos os processos protocolados contestando a eleição de Marquinho. O presidente também chamou a oposição para trabalhar. "Fazemos um apelo aos vereadores de oposição: vamos trabalhar. A população precisa do vereador tratando da nossa saúde, da nossa educação, do transporte. Vamos entender, ver e visar o interesse da população e não o interesse particular. Estamos aqui para trabalhar para o povo".
No entendimento de Fábio, a eleição não poderá ser levada ao plenário até análise de um recurso protocolado por vereadores da base governista que pedem a anulação do resultado. O argumento é de que o vereador Nildo Cardoso (PSL) não votou e não foi chamado para votar no pleito da última terça. Primeiro vice-presidente, o vereador Juninho Virgilio (Pros) ressaltou que, como há a suspensão da eleição a presidente, a votação dos demais cargos também precisaria ficar suspensa.

Por outro lado, a oposição contesta a decisão de Fábio e diz que o pedido de anulação é apenas para a votação a presidente e que a escolha dos demais cargos deveria continuar normalmente, dando prosseguimento à pauta. Mais cedo, a mesa diretora rejeitou outro pedido de anulação protocolado por Juninho Virgílio (Pros) e que alegava que ele não teve tempo para preparar uma candidatura à presidência.

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