Égua é resgatada após vídeo com maus-tratos viralizar
Dora Paula Paes 01/10/2021 17:11 - Atualizado em 01/10/2021 18:55
No último domingo (26), um vídeo viralizou nas redes sociais. Era um pedido de socorro para uma égua que estava sofrendo maus-tratos por um adolescente, no assentamento Antônio Faria, em Pernambuca, zona rural de Campos. Nessa quinta-feira (30), o animal foi resgatado por policiais do 8° Batalhão da Polícia Militar, em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O caso chamou a atenção de defensores de animais do município e de outros estados, como a Associação Brasil sem Tração Animal, de Belo Horizonte (MG), que já batizaram a égua de Fada.
Na noite anterior ao resgate, na quarta-feira (29), o adolescente que aparece agredindo a égua no vídeo foi apreendido e encaminhado para a 134ª Delegacia de Polícia (Centro), responsável pela área do crime, que é tipificado no artigo 32 da Lei 9.605/98, que trata de maus-tratos a animais.
A luta agora é para que a égua consiga um lar adotivo. Presidente da Brasil sem Tração Animal, Fernanda Braga disse que tomou conhecimento da história em Campos pelo Instagram. “Fizemos uma notícia crime, estamos acompanhando o caso e estamos encaminhando a adoção dela”, ressalta Fernanda, que colocou o jurídico da organização para trabalhar na causa do animal.
Os esforços dos ativistas, neste momento, são para que a égua seja encaminhada para um santuário de proteção animal. Inicialmente, a intenção é que a égua seja levada para o Santuário das Fadas, em Teresópolis (RJ), que resgata e acolhe animais vítimas de maus-tratos, humilhação e negligência.
A partir de uma reunião entre o comando do 8º Batalhão de Polícia Militar, o diretor do CCZ, Carlos Morales, e oito grupos de ativistas locais, a Polícia Militar tem agido em outros casos de resgates de animais no município, quando recebem denúncia. Se o caso envolver cães e gatos, a Lei Sanção, do deputado Fred Costa (Patriota), sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, estabelece pena de dois a cinco anos de reclusão para quem praticar atos de abuso, maus-tratos ou violência contra esses animais. Os ativistas trabalham para que essa lei seja estendida a outros animais.
De acordo com o diretor do CCZ, Carlos Morales, o cavalo foi localizado após um vídeo onde uma pessoa cometia maus-tratos ao animal viralizar nas redes sociais. “A situação de maus-tratos foi confirmada pelo próprio adolescente e, por isso, o cavalo foi recolhido”, explica o diretor, ressaltando que o CCZ atua nesses casos em apoio técnico à polícia.

O animal já está recebendo a atenção e os cuidados necessários no curral do Centro de Controle de Zoonoses. Quanto ao adolescente, ele foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil e estará respondendo pelo crime de maus-tratos contra o animal.

De janeiro até o momento, o CCZ já registrou o acolhimento de 30 animais vítimas de maus-tratos. “Alguns animais chegam aqui bastante debilitados”, declarou Morales. Para esses casos, o CCZ mantém uma parceria com o Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).

ÚLTIMAS NOTÍCIAS